🌈 O ARCO- ÍRIS 🌈- fim
🌈 - No dia seguinte Wilma foi visitar o marido no presídio. Tom estava cheio de hematomas, manchas roxas e o braço engessado.
— Que aconteceu com voce? Está todo machucado !
— Aqui eles costumam torturar os presos, para obrigá-los a confessarem seus crimes.
Dois policiais passaram pelo corredor arrastando um criminoso ensanguentado e inconsciente. Um deles bateu nas grades com um cacetete dizendo: — Hey seu gorila, da próxima vez farei um tratamento especial para voce !
— Wilma voce precisa procurar um bom advogado, ou não sairei vivo daqui. Voce sabe que eu sou inocente, jamais iria matar nossos filhos.
— Irei procurar um imediatamente, Deus irá nos ajudar, tenho rezado muito.
No corredor um homem distinto se aproximou dela: — Eu sou advogado criminalista, se quiser posso assumir a defesa de seu marido, acredito na sua inocência. Entrarei com um Habeas Corpus ainda hoje, precisamos retirá-lo daqui o mais rápido possível, antes que seja morto pelos outros presos. Os dois foram para uma sala recomendada por ele.
— Aqui ninguém pode nos ouvir. Conte-me todos os detalhes de como aconteceram as mortes das crianças.
O álibi do seu marido é fraco. Ele diz que estava na cozinha, no jardim ou no chuveiro, quando ocorreu a morte dos bebês, e a senhora o chamou para prestar auxílio.
— Não foi meu marido quem matou as crianças, fui eu. Eles choravam e gritavam demais, eu enfiava os babeiros na garganta e tapava o nariz com os dedos, eles paravam de respirar e morriam em poucos minutos.
A confissão dela era transmitida para as outras salas pelos vídeos escondidos na mesa.
No outro recinto, Tom o marido, correu para a porta trancada.
— Abra essa porta, para mim matar essa maldita ! Ela matou nossos filhos friamente, e ainda conta tranquilamente ! Jamais poderia pensar que ela fosse capaz de cometer tamanha mostruosidade !
O policial que estava com ele, tentou impedí-lo:
— Acalme-se, ela pegará muitos anos de cadeia, com certeza. Somo gratos por voce ter colaborado nessa farsa, de ter fingido em ter sido torturado. Era a única maneira de obrigá-la a confessar os crimes. Tome um banho para retirar as tintas do corpo e vista uma roupa limpa, antes de sair daqui.
Pouco depois a confissão de Wilma era mostrada no noticiário. Lá fora se juntavam jornalistas e uma multidão, pedindo para soltar Wilma para ser linchada por eles. As vidraças foram apedrejadas, os militares usavam bombas de fumaça para dispersar a multidão revoltada. Wilma foi transportada com um helicóptero para outro presídio, aguardar o julgamento.
Tom entregou as chaves do apartamento alugado onde moravam na imobiliária, decidido a mudar de cidade.
Antes foi até o cemitério, depositou flores nos túmulos dos bebês.
— Meus pequenos filhos inocentes, sua própria mãe os matou friamente. Eu estava perto e não percebi nada, não ajudei voces. Mas eu não deixarei voces aqui sózinhos nessa terra fria.
Ele retirou o revólver do bolso da japona, apontou para a cabeça. O tiro perfurou seu crâneo e atingiu a asa dum anjo de mármore, noutra sepultura ali perto.
No céu se desenhou um arco-íris findando no portão do cemitério. No fim do arco-íris estava sua velha mãe, já falecida há muitos anos, na companhia das três crianças. Tom levantou-se do chão e foi andando naquela direção. Ele se juntou a eles e o arco-íris se esvanesceu.
🌈 FIM
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