O velório de Elizabeth Parker

No dia 29 de agosto de 1801, numa vila no norte da Inglaterra nasceu Elizabeth Ann Parker. A bruxa. A maior daquele século. Sem duvida alguma. A vida dela era de uma criança normal. Quando fez 7 anos sua mãe faleceu. O pai antes um bondoso homem, se tornou um bebado promiscuo, e a Elizabeth só restou fugir das surras, cada vez mais constantes. Chovia e fazia muito frio naquela parte da Inglaterra. Elizabeth perambulou por 2 dias, até que desmaiou próximo a um convento. Uma ordem qualquer, irmãs de num sei o que lá, não me recordo bem. Foi acolhida. Tratada. Resolveu ficar. Melhor que voltar para as surras e palavrões do pai. Logo se tornou uma das irmãs.

Quando completou 13 anos saiu do convento pela primeira vez. Iria com as irmãs ajudar o padre Robinson a realizar algumas cerimonias no condado. E o mundo conheceu sua beleza. E ela conheceu a tentação e o pecado carnal. Era realmente bela. Até mesmo o padre Robinson se constrangeu ao notar que não era só a atenção dele que ela chamava.Todos homens ali ficaram encantados. Depravados já imaginavam todo tipo de intercurso sexual com a noviça Elizabeth. Claro eu só " sussurrei" em suas cabeças, o desejo que seus corpos sentiam de macular aquela virgem. Varios conseguiram. Ela adorava. Era idolatrada. Fazia nobres de cachorros só por diversão de ve-los ajoelhados pedindo um pouco de prazer. Me divertia bastante com aquilo. Realmente me divertia, tanto como me divertia na Russia anos mais tarde com um escritor apaixonado pela vizinha adolescente e tentadora. Isso eu conto outra hora, agora é sobre Elizabeth.

Tamanha luxuria e depravação resultou em uma gravidez. As irmãs resolveram expulsa-la, mas somente após dar a luz. Ah, realmente caridosas né? Logo após dar a luz aos gemeos. Um menino e uma menina. Ela foi embora. As crianças não. Voltou a cidade natal. Procurou pelo pai. Agora casado com uma ex-prostituta. Discussões, acusações, violencia e um corpo com um ferimento na cabeça agonizando no chão. Matou o pai. O porco tentou violenta-la depois de " acolher " a filha perdida. Desde que a reconheceu batendo em sua porta no meio de um temporal e viu o vestido molhado esculpindo as formas do corpo dela, foi essa a sua intenção.

Elizabeth assustada, pegou roupas de sua mãe, todo dinheiro que havia na casa, revirando o bau de sua mãe atrás de jóias, achou um livro escondido num fundo falso. Sem saber por que pegou. Sem saber foi ali que nasceu a maior bruxa que eu ja vi. Sua mãe havia estuda alquimia e bruxaria. A principio ficou atordoada com a descoberta. Logo ficou apaixonada pelo livro. Um Grimório. Aprendeu tudo o que havia escrito ali. Foi assim que ela me conheceu também. Meu nome... hum me convide um dia a entrar na sua casa e eu te digo.

O ódio tomou conta dela rapidamente. Resolveu por em prática. Se vingar das bondosas irmãs. Já havia passado 3 anos desde que foi expulsa. Queria reaver os filhos. Se vingou. Pediu a mim. E posso te dizer uma coisa? A danada sabia como se divertir. Foi por isso que me tornei tão amigo dela. Lhe ensinei muitos mistérios. Apresentei a novos bruxos e amigos. Mas vai me dizer que não é engraçado ver freiras batendo a cabeça na parede, correndo peladas, se cortando, fazendo orgias lésbicas que deixariam atrizes pornô dos dias de hoje coradas, blasfemando e se mutilando até o chão do convento se tornar vermelho sangue. Mas os filhos dela não estavam lá.

Elizabeth prosseguiu nos estudos, se fixou em North Stone uma pequena cidade no extremo norte. Lá logo recebeu a alcunha de feiticeira. Além da visita de um casal com filhos que a visitava a cada 3 meses. Era temida. E devia mesmo. Ia até o cemitério desenterrava defuntos para conversar e aprender mais. Fui eu que ensinei neromancia a ela. Danny Westhorth não ouviu os avisos. Fofoqueiro pagou com a lingua. Espalhou que havia dormido com Elizabeth, que ela fazia sexo até mesmo com animais. Pagou com a vida. Dias depois na hora da missa, saiu berrando pela praça central que dormia com a esposa do prefeito, que participava de orgias com as filhas dela, só se calou quando cravou em si uma picareta. Ela então tinha por volta de 19 anos.

60 anos mais tarde Elizabeth faleceu vitima da peste. No seu velório na pequena capela do cemitério de North Stone, só um padre e uma freira. Os filhos daquele casal que a visitava. Seus filhos. Um padre e uma freira.

Eu é claro observava a tudo de longe, encostado em uma tumba qualquer. Vi quando se formou o nevoeiro. Vi quando Belial chegou na forma de um homem de terno.

- O senhor veio para o enterro de Elizabeth? - perguntou a freira.

- Sim, sou grande amigo da sua mãe Emma.

Ele sabia, é claro.

- C-como sabes senhor?!? Esse s-segredo ..é i-impossivel !

- Calma John... não precisa fica nervoso. Só vim busca a alma de sua mãe e nada mais.

Belial sempre foi um sacana. Aquele filho-da-puta arrogante. Emma e John se postaram em frente ao caixão de Elizabeth.

- Ora crianças, não me façam rir. Eu ajudei sua mãe a encontra-los. Ela prometeu a alma dela a mim. Só vim buscar o que eu tenho direito.

- Não vai tocar em um fio dela maldito demonio!!

- Não acreditam em mim? Ta bom... conte a eles Elizabeth!

E não é que ela realmente falou!? Belial realmente merecia a fama que tinha.

- Tão vendo só? Eu estou com a razão agora se me dão li...

A idiota da Emma empurrou-o.

- Não vai fazer nada crapula!

Foi ai que eu vi as paredes da capela se escurecerem ,virar carvão, até se incendiar. A estrutura afundou de uma vez, restando somente a cruz do topo, marcando talvez a sepultura dos corpos de Elizabeth e seus filhos. Embora nem mesmo eu sei em que circulo do inferno suas almas estão...

Bom quer ouvir mais uma amigo? Posso te contar sobre o escritor? Mas terá que me convidar a entrar...

Arashi
Enviado por Arashi em 02/12/2007
Código do texto: T761614
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