🏴- BLACKOUT
O nefrologista dr. Bastian Reik dirigia o carro rumo sua residência, perto de onze horas da noite. De repente o auto parou, no painel indicava a bateria descarregada. Atrás se ouvia os estrondos de outros autos batendo na traseira uns dos outros. Pegou o celular para avisar as autoridades, mas o ako estava vazio, o rádio também não dava sinal de vida. Repentinamente todas as luzes se apagaram, ficando toda Chicago na escuridão total. Trancou as portas e permaneceu no carro observando a negritude. Escutou um estranho rumor. Uma chuva de parafusos, pregos, panelas, talheres, latas, vieram para cima dos carros, perfurando as latarias, num ruído ensurdecedor.
O vulto de um homem idoso com uma vareta de metal elétrica surgiu na calçada, sendo atingido pela chuva metálica. O homem tombou morto, perfurado por garfos, facas, pregos, parafusos, ficando caído de braços abertos em forma de cruz.
Algo grave acontecia, mas o que poderia ter causado aquele inesperado Blackout ?
Uma hora depois, avistou uma tocha improvisada com panos embebidos em gasolina se aproximar.
— Hey voce, venha para cá, estou no BMW prata !
Um jovem entrou no carro dele.
— Eu sou Jean, temos um Blackout. Nenhuma máquina funciona. Não podemos contar com ajuda de ninguém.
— Eu sou médico, irei verificar se há feridos na fila de autos batidos.
Ele logo retornou dizendo algo assustador :
Todos dentro dos carros estão adormecidos, num estado de catalepsia, morte aparente ! Talvez não acordem nunca mais.
— Voce pode me dizer doutor que estranho fenômeno macabro é esse ? O Apocalipse ?
Panelas flutuantes, parafusos, pregos, metais, agora mais essa dormideira coletiva ?
— Gostaria de saber. Nós podemos também adormecer a qualquer momento. São mais de 300 carros aglomerados, bloqueando a rua.
Jean olhava com um binóculos ao longe.
— Toda Chicago está adormecida, há pessoas caídas nas ruas, calçadas, por todos lugares, a escuridão é total. Talvez seja um ato de terrorismo, experimentando uma nova bio arma.
— Se as pessoas em estado cataléptico, não receberem água e alimentação, irão morrer.
— Voce é médico, tome uma providência ! Que grasnados são esses, aves de rapina ?
— Abutres e corvos sobrevoando a cidade, esperando os cadáveres entrarem em decomposição, para se saciarem.
O dia já deveria estar amanhecendo, mas a noite parece não ter mais fim . . .
* segue no cap. 2
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