A Menininha

        Mais uma noite sem dormir. Os olhos vermelhos, cansados são a prova do sofrimento de Artur que já está à 4 dias seguidos se mantendo acordado só para não mais se encontrar com ela. Mas hoje está difícil, lá fora bate um vento forte fazendo estremecer as janelas, já é de madrugada e uma tempestade se prenuncia.

        Todas as luzes estão acesas, pois assim Artur acredita que possa espantá-la, já que ela adora cantos escuros.

        Sentado na poltrona, a cabeça pendendo, o corpo e a mente se entregando ao sono. Mais uma pendida e os olhos se encontram.

        Lá está a pequena no cantinho do corredor. Um corpo pequeno, mais ou menos 1m de altura, vestido simples, cabelos longos e negros, rosto pálido e grandes olhos pretos que fitavam com ódio.

        Artur ficou imóvel, não conseguia respirar com normalidade.

        Ela deu o primeiro passo e saiu da sombra. Pela primeira vez ele estava vendo-a sob a luz.

        Pode confirmar o quanto ela era pequena, mas terrivelmente poderosa, exalava maldade e tinha um olhar cruel.

        Com a cabeça pendida para trás ele não conseguia desviar o olhar dela que veio, passou pela lateral da poltrona. E enquanto passava a cabeça se mantinha voltada para ele, fazendo com que ela chegasse a ficar na sua frente de costas mas com a cabeça e os olhos voltados para ele.

        Sentiu o coração parar, pois sempre via a menininha nos sonhos, ao lado da cama, no quarto, nos pés da cama, embaixo da cama, em cima da geladeira, no computador, no box do banheiro, afinal em todos os lugares. Mas ela nunca tinha se aproximado de tal maneira.

        As luzes começaram a piscar e um barulho de curto circuito juntamente com as faíscas começaram à cair na sala, algumas em cima de Artur.

        Os braços dela estalaram se voltando ao contrário o convidando para um abraço. A boca abriu como um buraco negro e palavras em aramaico, latim, hebraico, foram ditas com raiva e violência. Uma voz grave sussurrada e outra aguda e gritada chamavam Artur para ela.

        Ele saiu de si, não estava mais na sua poltrona. Estava num lugar escuro, ouvia risos e conversas de crianças, logo se viu rodeado por 20 crianças que de mãos dadas giravam ao seu redor com uma cantiga de roda. O canto foi penetrando na sua mente até ele apertar a cabeça e os olhos não querendo vê-las mais. Houve uma explosão e na escuridão subiram as labaredas que queimavam a sua pele causando uma dor indescritível. As bolhas inchavam e estouravam como pastel em óleo fervendo.

        Gritou, se lembrou de Deus e começou a rezar, à pedir perdão. Caiu em sua poltrona novamente.

        As luzes continuavam piscando, o curto circuito estava mais forte e a menininha continuava lá.

        Ela gargalhou e disse:

        - É tarde Artur. Você não tem mais salvação! Há, há, há..-ecoou por toda a casa uma gargalhada assustadora. - De hoje em diante você terá o que fez por merecer.

        Uma explosão na lâmpada iniciou um incêndio. Artur ficou preso à poltrona e se viu e sentiu queimar até a última parte do seu corpo antes de morrer. Foi carbonizado.

        Assim que os bombeiros controlaram o fogo e puderam entrar constataram que o fogo destruíra quase tudo. Mas tinha um cômodo intacto. O escritório, estava inteiro, com albúns, fotos, vídeos e o computador. Vasculhando os bombeiros logo perceberam se tratar de um pedófilo que mantinha muito material como fotos de crianças para exibição, vídeos de abusos cometido por ele e por muitos outros identificados em pouco tempo pela Polícia.

        Artur mantinha uma 'instituição' com 20 crianças escolhidas à dedo de famílias pobres as quais ele enganava dizendo dar uma vida melhor as estas crianças. Abusava sexualmente delas e fazia festa onde os seus amigos faziam o mesmo.

        A 'Menininha' cuida de Artur no inferno, e os seus amigos são cuidados por outros presos com tratamento especial para pedófilos e estupradores na Cadeia.


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Anne Valentine
Enviado por Anne Valentine em 05/01/2008
Reeditado em 10/03/2009
Código do texto: T803654
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