Poeira no cérebro.

Ela chegou no começo da noite.

Sentou-se no meu sofá, retirou a mascara de celuloide que usa na cabeça, colocou em minhas mãos e me pediu para redesenhar as suas sobrancelhas.

Apesar do meu desconforto, passei hena que escorreu um pouco; rapidamente limpei.

A sua mascara é como uma enorme casca de ovo cor de pele, ao ser retirada deixa o seu cérebro a mostra.

Evitei olhá-la de frente, mas disfarcei o meu desconforto. Que coisa estranha é vê-la sem rosto!

Ela não pareceu se importar. Completamente à vontade, aproveitou que o seu cérebro estava exposto e me pediu para limpá-lo.

Apesar do nojo e medo, satisfiz o seu desejo. Com um cotonete retirei o pó acumulado nas suas válvulas e circuitos...

Acordei com o meu grito.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 15/10/2009
Reeditado em 22/08/2014
Código do texto: T1868053
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