O Coração De Fogo
"Eu canto porque o instante existe
e minha alma está completa."
Cecilia Meireles - Motivo
Hierógligos antigos apregoam em suas exigencias de um harmonioso decúbito dorsal o que outrora os astros proclamaram aos pobres mortais: nós!
A rosa nasce e dois cometas são lançados, raros diamantes a luz da lua... essencias do bem e do mal a clamar glorias e honras as seus reinos.
Se a velha rosa buscar ao mal que há na luz, caberia a uma velha espada, filha das brumas e do gigante que suportra os céus num suplicio eterno que fazia gritar o medo inexistente no interior marinho do azul profundo dos olhos gauleses; a esta caberia retira-la do chao e lançar suas raizes a poeira do tempo.
Este é o anjo vingado, círculos alquimicos o chamarima de "a mão que empunha a espada", cuja missão é encontrar no limbo das trevas o ultimo fragmento de verdade.
Ele traz em sim o Coração de Fogo e o cetro perdido pelo astucioso decano quando foi lançado do círculo celeste ao mais baixo patamar onde erigiu seu trono. Ele, o Coração Flamejante, julgará no limiar dos mundos e das utopias os visitantes das cavernas, aqueles que não conseguiram deixar suas correntes e perceber que na realidade, não há realidade.
Nada pode ser dito, apenas que o ferro e a tinta ultrapassaram o corpo e a alma corrompida em duras linhas.
Que este espectro saiba pesar na balança!
E os escritos terminam asim, numa sequencia de borrões incompreensiveis que olhos mais atentos observaram a mão de um Vândalo e uma dedicatória sempiterna:
À belissima Signorina,
Que ouça a razão e não o coração"
Angelus Custos...
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