Cosmopolita

Lúcio era um macumbeiro vesgo, de muito sucesso, que ganhava dinheiro vendendo feitiços para velhas solteironas nórdicas arrumarem jovens amantes latinos. Uma noite, num baile funk no morro do Borel o macumbeiro conhece uma ativista lésbica do Greenpeace, por quem se apaixona. Eles se casam e vão morar num iglu no pólo norte, ele jogando búzios pros esquimós, ela protestando conta a caça das baleias e a exploração maldosa dos pingüins em filmes de animação. Eles treinam um golfinho de estimação, ensinado o animal a jogar basquete, chupar gelo e tomar tequila. O golfinho um belo dia, tomou um pileque de tequila, e doidaço, resolveu cruzar os sete mares, mas o pobre coitado, tentando atravessar o canal do Panamá foi atropelado por um transatlântico, cujo comandante era um marinheiro caolho fugitivo da guerrilha do Afeganistão. O comandante estava indo atrás de sua amante guatemalteca, que ia ter um filho dum japonês que tinha um restaurante na malásia, que curiosamente servia comida baiana. O japonês tinha uma cicatriz no olho esquerdo, resultado de um acidente que ele teve caçando lhama na cordilheira dos Andes, para a ex-esposa dele fazer churrasquinho e vender nas esquinas de Nairóbi.

Geraldon Gonzales, que ainda não tinha entrado na conversa, era um espião paraguaio, infiltrado na polícia secreta da Tanzânia. Mas isso já é uma outra história...