O ASSUSTADOR DE GATOS

Makinleymenino 2011

Ele andava com ligeireza como ventania... Sem quebrar telha alguma sobre os telhados dos vizinhos ele corria, valendo-se do domínio de um desenvolvido equilíbrio, tais proezas que poucos fariam o fez conhecer todos os gatos que por ali existiam.

Seu sonho era acordar e dar um rolé nos telhados, alguma pipa estirada lá se via, no calor do dia lançava-se em alguma caixa d’água fria, logo subia saltitante pelas marquises que curtia até chegar aos telhados que ele conhecia.

Neste rebulir passou a conhecer aquele mar de gatos e chamar-lhes pelos seus nomes e juntos caminharem por aqueles tetos cheios de fome. Alguns deles levou para sua casa, e como um filho seu dava leite, pão, água e um lugar para dormir.

Rasgou-se o véu, começaram os problemas, a algazarra de felinos, as brigas, perseguições e outros com desejos de acasalar, como também os assaltos as moelas dentro da panela de noite na cozinha causando estrondoso escarcéu.

Naquelas alturas o menino avistava o brancão a cercar o sansão alucinado querendo ver bolhas de sabão, seus olhos bolas de fogo, inundando astúcia para um bote no gatinho bobo, sansão era menor que o bravo gatão, era lutar ou morrer. A obstinação de assustar os gatos era a indignação dos mais fracos, ao longe o garoto Grunhava, tocaiava-os em alguma esquina, nas latas de lixo, e surpreendia-lhes com gritos para vê-los dar pulos verticais ignorando a gravidade e aquela agressividade diante de um confronto de olhares hostis até o felino sair em fuga pela tangente.

Iniciava uma briga, uma miação desesperada de euforia e medo. O menino fora lá verificar. O vilão branco encurralara um gatinho no topo da arvore o pobre infeliz estava prestes a desistir da sua vida e submeter às crueldades do seu carrasco, à morte. Estes animais dizem ter sete vidas, mas não em duelos ou perseguições implacáveis. Com o fim próximo, é comum o rendido deixar suas impurezas no local ou lambuzar-se delas para o seu executor somente tirar-lhe a vida.

O assustador de gatos entra em ação subindo cautelosamente a arvore, o malfeitor bufa, suas pupilas ficam grandes, seu rabo mexe-se nervosamente. Com um porrete o menino continuava a subir, parecia que haveria muito sangue e paulada naquele balaio de gatos, entretanto, evadia em busca a beira rio. Herói dos gatinhos... Diziam, deixando aquele garoto orgulhos e feliz, a recompensa era o carinho daqueles gatos se comunicando por meio de miados, ronronares, e suas linguagens corporais demonstrando intensa satisfação por estarem vivos.

Alexandre Tiberio
Enviado por Alexandre Tiberio em 08/05/2011
Reeditado em 12/06/2011
Código do texto: T2956719
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