CONTEMPLAÇÃO

Na barriga da noite uma prostração!

Com a cabeça erguida,

Estrênuo, tristeza descabida.

Um sentimento de ceticismo,

Ingênuo e sem cinismo,

Sem satisfazer o espírito,

Deixai-me acreditar no que ouço!

Na boca da noite um estupor!

Uma dúvida na consciência,

Forçado a acreditar na aparência,

Conhecer a narrativa ousada,

Sem duvida revoltada,

Renegar atitudes brutais,

Deixar de usar os venenos e punhais.

No dorso da noite uma genuflexão muda!

Instado a parar e contemplar,

O ato e o momento exemplar.

Uma ausência total de preconceitos,

Na realidade dura dos eitos,

Sem sonhos de recompensa,

Mereço ou não a real presença?

No torso da noite uma inquietação!

As ilusões inexiquíveis,

As razões dos amores inesquecíveis,

As certezas invisíveis no ar,

Uns assombros estranhos no andar,

O espírito ainda decidido a continuar,

No caminho e no devotamento de amar!

Na cara da noite uma reconciliação!

Deixai às ameaças constantes,

Unamonos nas atmosferas vibrantes.

Sem mal-estar, sem dúvida e esporas,

Continuemos o caminho em boa hora,

Deixemos de ser hóspedes dos venenos!

JACY BASTOS
Enviado por JACY BASTOS em 12/12/2006
Reeditado em 13/12/2006
Código do texto: T315884