SONHO

Hoje tive um sonho, e que sonho! Estávamos eu e mais três amigos. Um homem, baixo e gordo chama minha atenção.

- Olha, têm umas pessoas me perseguindo.

- Que?

Pergunto sem compreendê-lo. Em seguida noto que tem um rapaz, alto e muito bem afeiçoado, que prestava atenção em tudo, vou para cima dele, com um intuito de revistá-lo, passo a mão por sua cintura, agarro sua mão, e não encontro nada, ele com muita raiva sai esbravejando e lamentando-se. Não creio ter feito algo errado, pois minha intenção era a de proteger aquele cara baixinho e patético, que clamava por ajuda.

O homem diz que eu deveria olhar mais ao longe, pensei tratar de uma metáfora, mas não era, olho finalmente para o longe não metafórico e vejo um homem alto de meia idade, que tudo olhava, com altivez e ódio no olhar.

De repente, não mais que derrepente, como no soneto de separação, um carro em alta velocidade vem ao nosso encontro, com a fúria de uma manada de búfalos em disparada, vem vindo, o seu pára-choque, que bufava e babava de tanta ira, a lanterna esquerda quebrada, piscava para mim, como se quisesse dizer: - CORRE! Esse corre era direcionado a mim, mas meus amigos, não sei porque, também obedeceram.

Acho que se um técnico de atletismo me visse correndo assim, sei não. Corri como um lince, num piscar de olhos já estava de camarote, em cima de uma passarela, ou de um viaduto sei lá, só sei que dava para ver tudo.

O carro cuspiu três homens, que com ímpeto de carrascos, partem na direção daquele homenzinho, e eu já me perguntava se ele era inocente ou culpado, mais inocente ou culpado do que?

Um deles tenta puxar o homem para o meio da rua, acho que era para que um carro o atropela-se, o baixinho foge, os outros lhe aplicam uma surra inimaginável, muitos prefeririam a morte, mais uma vez ele foge.

Aparece uma garrafa com uma bebida bem forte, dava para sentir o seu odor do alto, ela é despejada em sua cabeça, ele corre, o líquido que cheirava a mortalidade, continuava sendo precipitado ao solo, uma fagulha, o fogo...

Corri para ver de perto, o homem não gritava, apenas queimava, resignado de seu destino como um churrasquinho, sua pele ia sendo consumida pelas chamas, seus membros pendiam em todas as direções, como um feto querendo voltar ao útero, encolhe-se.

Chego perto empurro o que sobrou de seu tronco, olho e pergunto...

- Qual é o seu nome?

Acordo desse sonho perturbador me questionando por tudo, principalmente dessa ultima pergunta, que não quer dizer somente o que quer, ou poderia querer dizer.

Sérgio Souza
Enviado por Sérgio Souza em 23/01/2007
Código do texto: T356661
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