Composição

No vazio da noite, ele traça solfejos e dedilhados, o som acorda o seu mundo, a tranqüilidade exala o calor das cordas, a voz sonolenta canta versos discretos.Olhando a escuridão, ele procura fontes de criatividade, mas aquela noite não lhe dera nada além de calmaria, o cérebro não consegue mais pensar, a voz agora motorizada canta versos cheios de angústia.A hora passa, mas a sua voz é jogada ao ventos sem importância, o corpo não age e mesmo agora com a voz carregada de raiva ele não consegue uma reação enérgica.O som dos ônibus na rua o desperta, o dia começou.A brisa entra no cômodo e a luz invade sem avisar, seu corpo esquenta, a voz ganha ânimo e alegria, acordes agudos levam seu tom ao delírio.O sono chega, o corpo fica inanimado, a mente está em transe, o último dedilhado é feito .A música está completa.

Abre-se um sorriso em seu rosto cansado, como se tentasse dizer: "Te enganei outra vez, inspiração".

Battousai
Enviado por Battousai em 05/02/2007
Reeditado em 18/08/2008
Código do texto: T369962
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