O cordeiro e o lobo - A EVOLUÇÃO

ERA UMA VEZ um cordeiro que estava bebendo água no riacho. Chegou um lobo e começou a beber água também, e falou:

— Você está babando na minha água. Vai pagar por isso!

O cordeiro já conhecia a história e sabia que o lobo estava apenas procurando um pretexto para devora-lo. Então disse:

— Senhor Lobo, sabe perfeitamente que não estou babando na sua água, porque a água está correndo de lá pra cá, e não daqui pra lá. Portanto é o senhor que está babando na minha água. Acho melhor parar com isso.

O lobo riu e falou:

— Você agora está me desafiando? Andou lendo aquelas historinhas estúpidas do escorpião que fez faculdade e ficou bonzinho, da formiga que virou humanista e acolheu a cigarra preguiçosa? Pois fique sabendo que eu também fiz faculdade, mestrado e doutorado, e me tornei um ser superior. Portanto vou devorá-lo agora. É a lei da Natureza.

O cordeiro ainda tentou argumentar:

— Estou avisando. Respeite o meu direito à vida. Se me deixar em paz todos ficaremos bem, mas se insistir em me atacar vai se dar mal...

O lobo deu uma gargalhada e arreganhou a terrível dentuça. O cordeiro assoviou com força, chamando seu rebanho. Em segundos chegaram vários cordeiros, que cercaram o lobo. Este, confiante na sua superioridade bélica, não recuou. Então os cordeiros, que haviam treinado Krav Magá, deram uma surra nele.

MORAL DA HISTÓRIA: há gente tão ruim que nem Jesus Cristo consegue ensinar-lhes boas maneiras. Então é melhor se preparar e defender-se na hora do perigo. Foi o que os cordeiros fizeram: treinaram artes marciais e estratégias de autodefesa, para se defenderem dos lobos incorrigíveis.

ALTO LÁ, TEM DUAS COISAS MUITO ERRADAS NESSE FINAL:

1. APOLOGIA À VIOLÊNCIA É CRIME - Artigo 287 do Código Penal: Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

2. NO ESTADO DE DIREITO NÃO SE FAZ JUSTIÇA PELAS PRÓPRIAS MÃOS - Artigo 345 do Código Penal: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

O final politicamente correto é assim:

O lobo deu uma gargalhada e arreganhou a terrível dentuça. O cordeiro assoviou com força, chamando seu rebanho. Em segundos chegaram vários cordeiros, que chamaram a Polícia e cuidaram para que o lobo não atacasse seu amigo. Caso o infeliz atacasse antes de a Polícia chegar, dariam nele uma surra memorável, porque haviam treinado Krav Magá e sabiam se defender; nesse caso seria legítima defesa ou estado de necessidade.

MORAL DA HISTÓRIA: vivemos no chamado Estado de Direito, não se faz justiça com as próprias mãos. Porém, há gente tão ruim que nem Jesus Cristo consegue ensinar-lhes boas maneiras. Então, por via das dúvidas, sempre é bom se preparar para defender-se na hora do perigo. Foi o que os cordeiros fizeram: treinaram artes marciais e estratégias de autodefesa, para se defender dos lobos incorrigíveis quando necessário.

Marco Antonio Mondini
Enviado por Marco Antonio Mondini em 22/12/2023
Reeditado em 23/12/2023
Código do texto: T7959955
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