Seguidor de luzes

Genuinamente tosco, vivia sempre procurando algo aqui ou aculá e sempre tinha coisas pra contar.

Matuto, hospede de um casebre de pau-a-pique. Em noites enluaradas sempre demorava mais para dormir e nesse inteirim, momentos secretos, alguns eram contados quando pego de surpresa a cavar em mãos nuas perto de alguma árvore com mais de trinta.

Confidente, apenas a sua parceira, meiga, linda, porém mal cuidada, a qual só contara por curiosidade dela, era sempre espreitado, então baixou a guarda. Dizia ele que: em noites de lua cheia, clara, sempre vira luzes que faziam caminhos, horas de ida, horas de volta em margem de uma vasta vazante, seguiam e após muitas caminhadas, era ouvinte, quando acordara já era o dia seguinte, obsessões na mente, saía e começava a cavar em lugares antes indicados e quase que rotineiramente encontrara tesouros, mas que não pudera usufruir por não poder abandonar aquele universo. Tinha unhas sujas e joelhos calejados por ser o caçador de sonhos.

Sebastião Bronze
Enviado por Sebastião Bronze em 13/01/2008
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