Uma manhã comum, pessoas comuns e Madeleine

Madeleine e Jake entraram na sala do capitão do seu departamento, mais um caso resolvido, um pai ligou para o departamento comunicando o desaparecimento de seu filho, *. E após uma intensa investigação, foi descoberto o envolvimento da ex-amante no caso. A criança foi encontrada, e a mulher, presa.

- Capitão... - Jake o cumprimentou entregando o relatório em suas mãos.

- Mais um?

- Este está completamente fechado.

- Muito bem.

A detetive tinha 25 anos e trabalhava no departamento de Polícia da cidade de *. Juntos, ela e seu parceiro Jacob solucionam os mais diversos tipos de casos há três anos. neste caso em particular os dois descobriram que o garoto desapareceu após o horário de aula, sequestrado pela ex-amante que revoltada com o fim do relacionamento com *, resolveu vingar-se. Foram à casa do garoto e conversaram bastante com seus pais. Cansada de ouvir seu parceiro falar, Madeleine foi ao segundo andar colher alguma prova. Ao revistar o quarto do garoto, sentiu um cheiro diferente no quarto, e de repente começou a pensar em rosas, mas não era um pensamento comum, ele a incomodava de um modo especial. Depois disso ela lembrou que no caminho à casa dos pais do menino ela havia percebido que viu várias flores num jardim em uma casa não muito longe dali. Algo dentro dela pedia que ela fosse até lá. E ela seguiu seu pressentimento.

O garoto estava no sótão desta casa, preso a uma cadeira. Ao ser perguntado como foi descoberto onde o garoto estava Jake logo deixou claro que sentiu uma forte suspeita ao ouvir a mãe do * falar de uma antiga amante que morava perto de sua casa, e que prontamente resolveu ir até lá.

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Morava sozinha desde a adolescência, pois perdeu seus pais e não tinha contato com outros membros da família. Começou a trabalhar meio período enquanto estudava à noite para entrar na universidade. Seu chefe era uma pessoa boa, que a conhecia muito bem, e tinha dado este emprego a ela porque ele sabia que ela precisava. Os dois eram muito amigos, mas o fato de ele ser um homem de meia idade divorciado, fazia com que os colegas de trabalho suspeitassem de algum envolvimento amoroso entre os dois. Madeleine não gostava dos comentários, pois considerava o * como um parente que ela nunca conheceu. *, sua amiga, sabia que nada do que era comentado acontecia, mas sentia um pouco de ciúmes desta amizade, pois Madeleine tinha certos privilégios que ninguém mais tinha. As duas dividiam o aluguel de um pequeno apartamento perto do trabalho.

Depois de três anos estudando, Madeleine terminou os estudos secundários e estava pronta para fazer a prova de admissão para a Universidade, mas infelizmente não conseguiu passar, sentiu-se fracassada, pois ela estudou muito e não entendia porque não passou. Seu sonho era fazer um curso de Direito, para poder trabalhar na Justiça. Percebeu que não teria motivo algum para receber tal resultado, e resolveu ir ao médico ver se havia algo errado com ela mesma. O diagnóstico não foi favorável, um distúrbio que dificultava a capacidade de leitura e escrita, chamado Dislexia. O seu caso não era grave, pois é uma doença característica de crianças, mas ainda havia sequelas que a atrapalhavam inconscientemente.

Saiu nervosa e triste do consultório, pois assim, seu sonho poderia não se concretizar. Sem saber o que fazer, foi em direção a um parque, sentou-se em um dos bancos ao leste e abaixou a cabeça. O passado passava na sua mente, como se tudo o que já aconteceu de ruim em sua vida estivesse voltando para fazer com que ela ficasse mais triste ainda. Sentiu-se novamente vulnerável, e tentou não chorar, pois sabia que no fundo era muito forte, passou por vários problemas e conseguiu alcançar muito até o presente momento, não se deixaria abater por um simples distúrbio.

Neste momento, um forte vento balançava as árvores da praça onde Madeleine estava, movia folhas pelo chão e papéis giravam no ar, até que um destes parou em frente a um banco do lado leste da praça.

Seria algo normal, e até imperceptível ver papéis voando na sua frente, mas aquele em especial chamou a sua atenção de um modo que ela não pôde explicar. Incoscientemente ela sabia que a sua vida iria mudar a partir daquele momento.

Thatha Vieira
Enviado por Thatha Vieira em 11/12/2008
Código do texto: T1330282
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