Madeleine - Parte 2

Madeleine entrava na sala do capitão ao lado de Jacob, seu parceiro. Há anos trabalhavam juntos em muitos casos, onde todos foram positivamente solucionados, fazendo deles, detetives famosos do Departamento de Polícia da cidade de ****. Como sempre, Maddie ficou calada e esperou a ordem do chefe para sentarem. Antes de fazê-lo, ele recebeu a pasta, que Jake lhe estendia, com o relatório do último caso em que eles trabalharam.

Resolvido em tempo recorde, como todos os outros. O caso do sequestro do menino Bob (?), que ao sair da escola foi abordado pela ex-amante do pai dele que, revoltada contra o homem ao terminar o romance, seqüestrara o garoto em busca de vingança. Ao serem informados do caso, Jake e Maddie apressaram-se em investigar o caso e, quando foram à escola do garoto, descobriram através de relatos de colegas que uma mulher num carro preto conversava com Bob no horário de saída da escola. O garoto parecia conhecê-la, já que conversava com ela como se fossem bastante íntimos, e ele entrou no carro com ela. A partir daí, nenhuma pista, pois a mulher estava de chapéu de palha com rosas vermelhas presas com fitas e óculos escuros. A roupa da suposta seqüestradora era vermelha também. Madeleine e Jake procuraram os pais do garoto e só viram pais desesperados por encontrar o filho desaparecido. Seguindo uma forte intuição, Madie foi até o quarto do menino em busca de provas ou pistas. Acabou achando brinquedos, como videogames, aparelhos de mp3 e carrinhos de controle remoto debaixo da cama, ainda em suas caixas. Aquilo era estranho. Pareciam novos. A intuição fez-se mais forte, fazendo-a pegar a caixa que mais lhe chamou a atenção, pois essa, diferente das outras, não havia sido aberta.

Nesse momento, Jake entrara no quarto, seguindo-a. Vira que ela examinava a caixa branca amarrada com fita vermelha prendendo uma rosa já murcha na frente, com aquele olhar que o assustava às vezes. As pupilas nos olhos azuis estavam dilatadas, o rosto, extremamente concentrado. Ela sentou no chão e fez como se fosse abrir a caixa, mas outra coisa chamou a atenção de Maddie, que fechou os olhos de repente, colocando a cabeça para trás e respirando fundo. A caixa ainda firme em suas mãos.

- Madeleine?

Todos a chamavam de Maddie, menos ele. Ela abriu os olhos e ele viu confusão neles por um momento, antes de encará-lo como sempre. Com olhos frios.

- O que? - respondeu. Odiava ser interrompida nos momentos em que se concentrava para decifrar as imagens que surgiam rapidamente, sumindo com mesma rapidez, atrás de seus olhos. Mas, apesar de não ter focado e entendido nada dos flashs que passaram rapidamente por sua mente, reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar, até por que ainda estava em suas narinas ao entrar na casa dos pais do menino desaparecido. O caso estava quase concluído. Precisava de provas, mas sua habilidade não era nada concreta nem para si mesma, apesar de cem por cento eficaz.

- O que descobriu aqui? Que brinquedos são esses?

- Estavam escondidos debaixo da cama. Me abaixei e somente os observei com uma lanterna, mas esse me chamou a atenção. - Maddie levantou o presente, estendendo-o a Jake. - Sente?

- O que? - examinou a caixa e viu a flor, que apesar de estar murcha e escura, ainda exalava o perfume doce característico de rosas vermelhas como aquela costumava ser.

- Esse perfume.

- Sim. De rosa – estendeu com indiferença a caixa à parceira, que levantou-se e o tomou da mão do homem, com exasperação. Odiava o jeito sarcástico dele quando falava, como ela se fosse uma idiota. Devia estar acostumado depois de três anos, mas a verdade era que Jake ainda a afetava com esse machismo cético. Mas não disse nada, o ignorou como sempre procurava fazer, pois sabia que ele odiava ser ignorado.

- Então vamos levar as caixas e os presentes para a delegacia.