O SUSPEITO

Ademar Murtosa. Um metro e sessenta, cerca de cem quilos, ou seja, uma saliente barriga sobrassaindo pela cintura das calças. A camisa solta, era um indício que estava fora do pessoa. Numa das mãos um cigarro "marca diabo", na outra um revólver trinta e oito. Seus olhos cujas pálpebras apresentavam bolhas enormes de noitadas maiores ainda, olhavam o defunto, esfaqueado mais de vinte e uma vezes.

O corpo jogado num matagal, havia provavelmente sido desovado no local. Ou seja não havia prova alguma, já que o falecido estava nu, e obviamente nada poderia falar. Não se podia entender a tamanha atenção do inspestor quase aposentado naquele cadáver. Olhava=o como se fosse solucionar o crime.

Neste meio tempo enquanto os policiais observavam a cena, Marcos Rogério, 28 anos, seguia ao para seu trabalho, se deparou com aquele aparato todo na estrada normalmente deserta às cinco e meia da manhã. Quando o Inspetor o enxergou caminhando apressadamente, interpelou-o:

- Ei rapaz! Um instante por favor.

- Sim, pois não seu policial.

- Você é daqui rapaz! Disse o inspetor num tom opressor.

- Sim... Porquê?

- Quem faz as perguntas aqui sou eu, meu jovem.

- Mas senhor...

- Nada de Senhor. Sou o Inspetor Murtosa, e quero que me diga que fazes a essas horas na rua?

- Estou Indo pro trabalho.

- Neste horário?

- é que a distância é longe... e pego três conduções...

- Hum? Viu o que aconteceu?

- Não senhor!

- Tem certeza?

- Não vi ninguém matar esse cara...

- Mas quem disse que mataram alguém?

- Ué, e este defunto.

- Ah! Você conhecia a vítima então?

- Não senhor.

- Mas como sabe do defunto? E o que faz aqui mesmo?

- Indo pro trabalho senhor.

- Que trabalho?

- Sou garçom, senhor.

- Soldado Freitas, prenda este homem. Ao ouvir as palavras do inspetor, Marcos põe-se a correr, com medo de ser injustiçado. No seu percalço os homens da polícia não se contêm. Um, dois, três estampidos. O último atinge as costas do jovem.

- Anota aí soldado Freitas: Meliante tentou escapar. Enquanto o soldado anotava, Murtosa cochichava aos ouvidos da policial Isabel: - Viu meu anjo, porque em minha delegacia todos os casos são resolvidos. Murtosa não deixa caso em branco, pois neste país, mas que um criminoso, se precisa de um suspeito... pra que perder dias com papelada... Taí o nosso fujão... Escreve aí: sou melhor que Holmes e Poirot, juntos... Além disso, garçom é quase a mesma coisa que mordomo, e todo mundo sabe quem são os culpados. Os dois riram, e foram até uma lancheria próxima tomar uma xícara de café, e comer pastel...

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 07/12/2009
Código do texto: T1965344
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