Olhos incandescentes I - sem mais, nem menos

Mazinho sempre foi um sujeito muito estranho. A expressão carrancuda, às vezes se transformava em um sorriso falso, vulpino, quase sinistro. No alto de seus 25 anos, apesar de franzino, tinha uma resistência física incrível para aguentar o trabalho duro de desmatamento de áreas para pasto.

Conhecia bem o ofício, manejava o machado e a motosserra com habilidade e trabalhava muito.

Além de receber pela derrubada, ainda ficava com parte da madeira, com a qual tocava uma carvoaria recém inaugurada em sociedade com um negro conhecido por Zeca.

Certo dia, após um longo expediente na carvoaria, Mazinho e Zeca, como de costume foram tormar uma pingas no boteco do Cherozzo.

Um sentado ao lado do outro, cada um em um banquinho alto junto ao balcão.

De repente, no meio do assunto, Zeca disse que Mazinho parecia bobo, e sem mais, nem menos, Mazinho puxou da cintura seu punhal de cabo listrado, agarrou Zeca pelo cabelo com a mão esquerda e com a direita enterrou o punhal no abdome do próprio sócio.

Mazinho olhava no olho de Zeca e pedia para que ele o chamasse de bobo de novo, enquanto girava o punhal de um lado para outro nas entranhas do já agonizante Zeca.

Mazinho jogou o dinheiro no balcão, correu até a Rural Willys que estava estacionada em frente ao boteco, e saiu dirigindo tranquilamente...

BORGHA
Enviado por BORGHA em 10/03/2010
Código do texto: T2130612
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