Olhos incandescentes III - frio e calculista

Enquanto esteve foragido em Goiás, Mazinho teve que deixar Maria, sua companheira na cidade de origem, já que a polícia estava monitorando a mesma para tentar colocar as mãos no assassino.

Maria não foi visitar o amásio uma única vez, somente ligava de vez em quando para dar notícias do filho.

Mazinho esperou a poeira baixar e depois de uns 03 anos, resolveu visitar a família.

Quando ele chegou, namoraram bastante, Mazinho trouxe presentes e brincou com o filho, contudo depois de uns dias começou a atormentar a mulher.

Perguntava se ela o havia traído enquanto ele esteve fora, se alguém estava a se engraçar com ela, se alguém olhava para ela.

A cada resposta negativa, Mazinho pegava o punhal e ameaçava abrir outros furos nos genitais de Maria.

Maria tentou esconder, mas não conseguiu e acabou confessando que havia um comerciante do bairro, um homem casado que estaria ligando para sua casa, mandando presentes e convidando a bonita morena para um programa a dois.

Ninguém na cidade sabia que Mazinho estava em casa, ele era discreto e esperto. Um dia, o telefone tocou, Mazinho ficou ao lado de Maria, e percebendo que do outro lado da linha estava o tal comerciante galanteador, começou a instruir a esposa a marcar um encontro para sairem.

Mazinho, entre uma ameaça e outra, instruiu Maria a levá-lo a um local ermo, um capão de mata fora do perímetro urbano, no qual pouca gente aparecia.

Maria combinou tudo, embelezou-se, passando batom e perfume enquanto aguardava o comerciante. O Santana do homem parou defronte a residência e Maria pulou para dentro. Maria indicou ao homem um caminho e disse que gostaria de ir a um local diferente, pois lá era tranquilo.

Mazinho havia pedido uma motocicleta emprestada e dois capacetes, porém, desta vez deixou o punhal de lado e levou um revólver. Chegando ao local com o farol apagado, Mazinho avistou o carro de longe, parou a moto e foi a pé, com a arma em punho. Chegou junto ao carro, abriu a porta e mandou o comerciante descer e ficar de joelhos.

Mazinho disse ao homem:

_Agora eu quero ver você ligar para a minha mulher de novo.

E deu um tiro a queima roupa no peito do homem, e em seguida um na cabeça, para garantir o serviço.

Pegou Maria pelo braço, jogou na garupa da moto e voltou para a casa.

No outro dia, Mazinho já estava novamente retornando a Goiás, e esse homicídio foi classificado pela polícia como sendo de autoria desconhecida...

BORGHA
Enviado por BORGHA em 10/03/2010
Código do texto: T2130614
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