A MISTERIOSA MORTE DE MR.VANDERROOF - I

Por volta da meia-noite, sob silêncio um amedrontador, à meia luz, uma mão nervosa abriu devagar o vidro cheio de cianureto que segurava com a outra e despejou parte do conteúdo num copo onde já havia agradável coquetel de frutas encimada por duas cerejas na borda. Depois, respirando fundo e sem pestanejar vai até a biblioteca para entregar a bebida mortífera a Mr. Robert Vanderroof.

"É chegada a hora desse verme", pensou sob o domínio da fúria.

Abre a porta, não sem antes bater suavemente dizendo, à guisa de anunciar sua presença, "Mr. Vanderroof?" E sem esperar resposta, entra. O homem está debruçado sobre a escrivaninha e parece dormir tranquilo devido ao cansaço de muito trabalho efetuado naquele dia. Mas algo estranho chama a atenção de quem acabou de entrar, vindo-lhe inesperado calafrio: um filete de sangue ainda brilhante e espesso escorre sobre a escrivaninha de mogno, oriundo da boca de Mr. Vanderroof. A pessoa recém-chegada arregala os olhos e fica tomado pelo nervosismo. Alarma-se apreensivo, aproxima-se e vê a adaga enfiada até o cabo no coração de Mr. Vanderroof, pelas costas. A surpresa faz com que escape de sua garganta um grito quase abafado, e de suas mãos cai o copo com o coquetel envenenado pelo cianureto, quebrando em mil pedaços. No chão, sangue empoçado. Outro assassino chegara antes. Quem teria sido?

Silenciosamente como chegou, a figura quase assassina apressa-se em deixar aquele local macabro o mais rápido possível e desaparece nas brumas da mansão. O corpo de Mr. Vanderroof permaneceu onde estava, já frio e rígido. Somente seria descoberto no dia seguinte. A polícia foi chamada e as investigações tiveram início. Quem matou Mr. Vanderroof?