Anticorrupção

Mês de junho o frio estava intenso, Justo acabara de assumir o posto em uma rodovia.

Sua farda estava impecável, corte de cabelo padrão, barba e bigode bem aparato, coturno brilhando.

Há menos de um mês exercendo a função de patrulheiro estava irradiante. Exercia com honestidade, fidelidade, respeito e muito dinamismo sendo cordial nas abordagens, porém sem perder a postura, agia com autoridade.

Mascarado trafegava com o seu potente veiculo a mais de 160 km/h na rodovia, falando ao celular e tragando um cigarro, com o aparelho de som ligado, mal conseguia ouvir a pessoa do outro lado da linha.

Logo a frente avistou o posto da Policia , Justo deu sinal para que ele parasse , brecou, o pneu foi arrastando pela pista deixando marcas até parar uns 100 metros depois onde estava Justo.

O policial caminhou até o veiculo, a película de insulfilme dificultava a visualização do condutor que permanecia com o vidro fechado.

Justo deu duas batidas, e lentamente o vidro foi abaixando envolvido por uma fumaça que saia do interior do veiculo, o homem continuava fumando, e conversando no celular, mal ouviu o “bom dia” do policial, o som permanecia ligado.

Finalmente o homem desligou o aparelho de som, mais ainda continuava falando ao celular, o que causou irritação em Justo, que agora disparou palavras contra Mascarado.

-Senhor, CNH e documento do veiculo. Ele então desligou o aparelho, enfiou a mão no bolso e retirou a carteira estampada com uma insígnia de uma instituição governamental apenas mostrando para o policial e dizendo: - Você não está reconhecendo?

Justo, respondeu: - Senhor, CNH e documento do veiculo. De repente Justo sentiu batidas em suas costas, quando virou, deparou com o Inspetor “Malandro” que disse: - Libera o doutor.

Como? – Senhor ele estava conduzindo o seu veiculo em alta velocidade falando ao celular e... antes que continuasse o Inspetor interpelou dizendo: - Eu não estou pedindo eu estou ordenando. Mascarado deu uma piscadela para o inspetor Malandro que retribuiu com um aceno de mão.

E acelerando o seu veiculo disse: - Depois conversamos. Malandro respondeu: - Tudo bem.

Justo, simplesmente ficou sem entender nada. O inspetor Malandro abraçou o jovem policial, e disse que “ele precisaria conhecer o sistema”.

Justo, retirou bruscamente a mão de seu superior de seus ombros e respondeu: - Senhor eu sou um policial honesto, que cumpri a lei.

Inspetor Malandro deu uma enorme gargalhada. Quando chegou à base o inspetor convidou a sentar pegou um “café”, ofereceu a Justo que permanecia inconformado, adentraram na sala cara de pau e pilantragem tomando um cafezinho dando um sorriso maroto.

Por longas horas tentaram fazer uma lavagem cerebral em Justo, que disse que denunciaria a cúpula.

No final do turno, retirou a sua farda, subiu na sua potente moto, e antes de sair, viu quando Pilantragem entrou no seu carro acenou para ele, e disse:- Bom descanso, Justo.

No trajeto para a sua casa o trânsito estava intenso, Justo pensava na cena que presenciara, e meneava a cabeça totalmente inconformado.

De repente sentiu um impacto sobre o seu corpo, um homem encapuzado vindo em sua direção apertando o gatilho fazendo vários disparos, caído no chão totalmente imóvel, ouvia ainda o barulho dos disparos todos na região do peito.

O alvoroço das pessoas correndo de um lado para o outro, as buzinas de vários veículos espalhados pelo local, o homem que efetuou os disparos havia desaparecido.

As sirenes da viatura policial e do resgate. E tudo escureceu...

Enquanto isto três homens acabam de sacar de suas contas uma quantidade enorme de dinheiro.

O telefone toca Mascarado atende, do outro lado da linha uma voz meio rouca diz: Honestidade eliminada.

LUVI
Enviado por LUVI em 28/08/2011
Código do texto: T3186700
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