Amor à primeira vista

(Conto editado do livro policial "A Cara do Gato" de minha autoria e a publicar).

Tommy era um agente especial do F.B.I e, no momento ele estava às voltas com um intricado problema de assassinato de um Embaixador.

Voltava de uma festa, onde conhecera e beijara a aniversariante depois de ter tomado algumas doses de whisky. Deitou-se procurando esquecer os acontecimentos daquela noite.

Entretanto, lembrou-se que, o perfil de um bandido é mais ou menos este: “Inimigos, para ele, são tão necessários quanto o ar que respira”. Desprovido de senso crítico, raivoso e perdido num inferno psíquico que se assemelha a uma selva, faz da sociedade sua implacável inimiga; uma sociedade que para ele é composta de pobres imbecis, pairadores estúpidos, Juizes e policiais hipócritas que abrem com suas chaves as portas das celas das prisões e resmungam: “pronto! entre aí”.

“Para o criminoso o crime é uma última terrível fronteira, território sedutor e ao mesmo tempo ameaçador, onde ele pode escarnecer quem estiver a seus pés” .

O dia que se seguiu Tommy acordou disposto e com idéias na mente. Elas se ampliavam em novos conhecimentos dos caminhos a seguir para descobrir os poderosos chefões do crime, os quais se fortaleciam cada vez mais.

Sem dúvida alguma, o chefão certamente estaria procurando um meio de instalar na cidade, uma espécie de segundo poder, um poder paralelo do crime. Seus “quartéis generais” já estavam funcionando em vários setores da cidade.

Tommy estava absorto nesses pensamentos quando ouviu alguém bater na porta. Ele ainda não estava com a arma no coldre, pois ainda estava se vestindo. Rapidamente caminhou até o criado, do seu dormitório, pegou a arma e colocou no coldre; em seguida colocou o paletó. Foi até a porta e perguntou quem era. Uma voz feminina respondeu: - “Sou eu”. Ele ficou em dúvida, não conhecia nenhuma mulher na cidade, pois estava na cidade não fazia ainda nem três meses.

Meio receoso abriu só o pequeno trinco com corrente e deu uma olhada. Abriu rapidamente a porta chamando-a para entrar. Era Christie, ex noiva do falecido tenente Peter. Via-se que ela estava um tanto encabulada, passando a impressão que queria falar qualquer coisa, mas não sabia como começar. Foi Tommy quem iniciou a conversa para deixá-la à vontade.

-Veja que coincidência: eu ia mesmo procurá-la para pedir desculpas pelo ocorrido e saiba que eu não me arrependi de tê-la beijado.

-Ela respondeu dizendo:

- Não se trata disso, desde o início eu já sabia que você nada tivera com a morte de Peter. Eu desconfio que foi uma trama bem urdida para tirar você das investigações, eu sempre desconfiei de certas pessoas, inclusive de meu noivo.

-Como sabe disso?

-Apenas intuição; - sabe, eu gostaria que você deixasse essa missão.

-Por que? Perguntou Tommy já desconfiado de algo.

-Não sei, só não quero que aconteça qualquer coisa com você, já passaram mais de vinte dias e eu não consigo tirar sua imagem de minha cabeça. Embora tivéssemos apenas aquele encontro desastrado, mesmo assim penso em você mais que no falecido Peter, do qual aceitei a promessa de casamento, o qual de uma certa forma, fora apenas para satisfazer minha família.

Tommy ouvia com atenção o relato da moça.

_Escute, você veio aqui apenas para me falar isso? Não vejo nenhum motivo, apenas dançamos uma ou duas músicas e depois aconteceu aquele desastre. Com relação ao seu problema com sua família, não é de minha conta. Tommy não estava alheio ao que ela queria dizer, mas fazia de conta que não estava entendendo a atitude da moça.

-Você não está entendendo nada. Eu estou querendo lhe dizer que daquele dia em diante só penso em você, só em você e parece-me que seja amor à primeira vista, acredita? Na verdade, você é a primeira pessoa que me tocou a sensibilidade e gostaria que soubesse disso. Pensou um pouco e depois continuou. Em outras palavras, quero dizer que eu te amo.

-Como? Será que ouvi bem?

-Exatamente como você ouviu, mas não vou implorar nada, caso você não corresponda ao meu amor. E se não gostou de minha declaração sincera extraída de dentro do meu ego, não tem nenhuma importância, posso ir-me embora agora e esqueça o que falei.

-Confesso que você pegou-me de surpresa, mas posso lhe dizer que eu também fiquei bastante entusiasmado, embora eu pensasse que depois do sucedido você iria me repudiar, e por esse motivo estou surpreso, não esperava este desfecho. Eu é que iria procurá-la para pedir perdão pelo acontecido e ao mesmo tempo seria uma espécie de desculpa para vê-la mais uma vez.

-Jura???

- Mais que isso, neste momento eu lhe digo que a amo também na mesma proporção em que me ama.

Naquele instante, nenhum dos dois resistiu a tentação de colar seus lábios num beijo ardente e apaixonado. Christie continuou a sessão apaixonada, e Tommy não resistiu abraçando-a e mais uma vez ela colou seus lábios aos dele e disse:

“Te amo”!

Passou os braços ao redor de seu pescoço e, com os lábios úmidos e macios, cobriu meigamente a boca de Tommy.

Aquela violenta carga de feminilidade o deixou profundamente perturbado. Puxou-a para junto de si, ansioso em sentir seu calor, a maciez de seu corpo jovem e o perfume que se desprendia de sua pele rosada.

Trocaram vários beijos, cada um deles mais impetuoso que o anterior; as mãos de Tommy percorreram todas as curvas de sua silhueta provocante.

Por fim, com um longo suspiro, ela se desvencilhou dele. Segurou sua mão e o conduziu ao quarto de Tommy, cuja cama ainda estava desarrumada.

-É a primeira vez. Devemo-nos conhecer melhor disse ela como que justificando seu gesto.

Com movimentos graciosos libertou-se do seu vestido. Logo, estava completamente nua, desafiando-o com seu corpo jovem e perfeito. A fraca luz do abajur parecia acentuar o tom rosado de sua pele e aprofundar as curvas excitantes de seus quadris.

Após exibir-se ao olhar penetrante de Tommy ela se deitou observando-o sem desgrudar os olhos de seu corpo; ele retirou o paletó. Pensou que ela ia se chocar com a presença de sua pistola pendurada no coldre sob seu ombro, mas ela observou com a maior naturalidade.

Ao arrancar a última peça do corpo, Tommy avançou em sua direção, a qual já o esperava em posição provocante na cama.

-Você é um belo homem, murmurou ela agarrando-o com um longo beijo.

-Tommy ainda sufocado pelos seus beijos, disse:

-Você é uma mulher lindíssima e formosa.

-Então formamos um par harmonioso.

Ele a abraçou. Sentiu o calor e a maciez de seu corpo, sem a presença das roupas. Foi uma experiência que enfraqueceu sua decisão de agir com vagar e deliberação.

Atacou-a com carícias nervosas e profundas. Ela suspirou seguidas vezes, contorcendo-se em seus braços, e seu belo rosto se crispou em uma ansiedade que o tornou mil vezes mais belo do que era.

-Oh, meu querido sussurrou quando Tommy a cobriu com seu corpo. Suas mãos trêmulas acariciaram as costas de Christie e sua cabeça bateu de um lado para outro no travesseiro, enquanto ele lentamente conquistava seu objetivo de prazer.

Seus corpos suados se mantiveram abraçados por um momento carregado de expectativas e anseios. Depois, um violento espasmo sacudiu Christie da cabeça aos pés e ambos se precipitaram juntos, no delicioso abismo do prazer.

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 30/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3250159
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