Só Mais Um Crime (Parte 1)

- Ok Hill, pode vir. Acharam o corpo.

- Já estou a caminho.

Já era tarde da noite, de uma noite muito quente, bem incomum naquela época do ano, que era de um inverno bem frio. Era uma noite diferente, porém, não apenas neste aspecto – havia ocorrido um assassinato e finalmente o corpo tinha sido encontrado.

Aparecida do Carmo morreu aos 42 anos de idade. Era empregada doméstica há vinte e quatro anos, trabalhava no mesmo emprego, não tinha família além de uma prima que morava no exterior. Seu patrão, um homem rico, poderoso e por isso, influente, era ninguém menos do que Silvan Craig, um americano naturalizado brasileiro, dono de uma multinacional do ramo de transportes – sua empresa alugava caminhões para outras empresas, de forma que para isso, ele era dono de uma frota com um pouco mais que sete mil caminhões.

O Sr. Craig foi o primeiro suspeito pela morte da empregada, mas tinha um álibi que o tirava da posição de suspeito – seu secretário geral depôs afirmando estar com ele, em reunião. Tinha uma ata das reuniões pessoais entre eles.

O corpo de Aparecida do Carmo foi encontrado perto de um ferro-velho abandonado, dentro de um saco, ambos parcialmente queimados, de forma que sua pele estava grudada no plástico negro. Quem fez o trabalho, fez bem, pois não haviam pistas de quem pudesse ter cometido o crime. As pegadas estavam camufladas, provavelmente o criminoso usara um saco plástico sobre o calçado, ou alguma outra coisa, o que impossibilitava definir qualquer coisa sobre elas. Fora isso, não havia mais nada mesmo.

Timoty Hill era um agente do S.I.F.A.P.B. – Sistema Intensivo de Força Auxiliar à Polícia Brasileira, um sistema secreto criado pelo exército e governo, que mandava militares para serem treinados como policiais para trabalharem em casos policiais complexos, que pudessem ou não ter envolvimento militar. Era mais conhecido por Hill ou Tim, para os mais íntimos. No geral, era chamado de agente Hill. Não era jovem, nem velho, tinha 38 anos. Seus traços lembravam que ele era militar, não policial – cabelo raspado curto, andar simétrico, olhar concentrado. Tinha um belo físico, era alto, além de lindos e rudes olhos cinza.

O agente Hill havia sido enviado para auxiliar a polícia federal neste caso, que por sinal, era complexo. A empregada Aparecida do Carmo não havia sido a primeira morte do caso, mas a segunda.

Jorge Vila, um morador da favela da Rocinha, havia sido encontrado morto nos arredores da favela, debaixo de uma ponte, dentro de um saco, ambos queimados. Tinha algum envolvimento com uns bandidos locais. A polícia pegara o caso e o arquivara, como se uns bandidos tivessem matado o cara. Mas então o corpo de Aparecida do Carmo, que não tinha nada à ver com Jorge Vila, foi encontrado, morta do mesmo modo, deixando a polícia perdida – afinal, não era apenas mais um casinho de favela. Por isso, o agente Hill havia sido contatado.

continua...

Camilla T
Enviado por Camilla T em 17/10/2012
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