Arco do assassino das máscaras: Capítulo 2

Capítulo 2: Uma história de verdade

David andava de um lado para o outro na sala de investigação do departamento, sua equipe já havia chegado e estavam trabalhando duro no caso, então Roy interrompeu a caminhada de David e falou:

- Chefe, esse é um caso difícil, temos poucos detalhes e pouca informação para analisar.

- Roy, para uma mente ampla, nada é pequeno, disse David, olhando seriamente para ele.

- O senhor está certo, disse Roy, se sentindo um pouco desolado com a resposta do chefe e com os risos de George, outro componente do grupo.

- E então, Ben, quantos foram os crimes que ocorreram naquele park central? Perguntou David.

- 4 crimes, senhor, sem contar esse, mas todos foram resolvidos, os 4 crimes foram relacionados a execuções de membros de gangue.

- Entendo, então o assassino não ensaiou ali antes, pelo menos não que saibamos, isso quer dizer que ele tinha o plano todo na cabeça, a idéia de amarrar o corpo na árvore, botar uma máscara nele, escrever uma mensagem desafiadora no corpo da vítima, tudo foi premeditado, será que a vítima também foi escolhida antes? Falou David olhando para sua equipe.

- É bem provável, pelo padrão que esse cara apresenta, disse Anne, com uma xícara de café na mão.

- Sim, minha cara Anne, pela minha análise de agora, durante sua fala, posso concluir que pelo modo de abordagem, a execução, e o horário quando a vítima foi abordada, esse serial killer vinha observando a vítima por um bom período, Anne, disse David com a mão no queixo, ato que ele fazia quando queria pensar em algo mais profundamente.

- Mas, senhor Portland, já é certo chamar esse cara de serial killer? Disse Angela, mais uma componente do grupo de David.

- Pelo padrão apresentado, sim, você já pode o chamar por essa denominação, mas é melhor chamá-lo de... Assassino das máscaras.

Nas sombras, no começo da manhã, um homem observava a senhorita Bella Palmer, uma moça, que tinha começado a sua carreira de jornalista recentemente, já que era complicado conseguir esse tipo de emprego numa cidade relativamente grande como Orlando, mas depois de muito esforço, ela conseguiu realizar seu sonho, o homem que estava observando-a de longe, estava com um rottweiler e estava agasalhado e com um boné na cabeça, ele chegou um pouco mais perto dela, em torno de uns 50 metros, para ver melhor com quem ela estava conversando e para usar melhor seu captador de áudio de longa distancia, aparelho que era caro e que poucas pessoas comuns tinham, então ele ouviu a conversa de Bella com o homem que ela estava conversando:

- Droga, Phill, estamos sem nada pra hoje, não está tendo nada demais nessa cidade atualmente, somente aquele crime estranho da máscara, que o nosso rival, Benjamin Aickman assumiu a responsabilidade de noticiar, maldito Benjamin, e agora Phill, o que faremos?

- Sei lá, vamos ter que arranjar uma história qualquer, pra não passar em branco, disse Phill, então o homem com o rottweiler falou baixinho:

- Hahaha, é assim que funciona, qualquer história é o suficiente para fechar o dia, já que as pessoas precisam da história para sobreviver a realidade, disse o homem rindo.

- Certo, Phill, vamos procurar algo que preste por aqui, deve ter algo, vamos lá, disse Bella.

- Sim senhora, diz Phill, já abrindo a porta da van para ela e indo rapidamente ligar o carro para partir rapidamente, o homem só os observa indo embora de carro, então ele fala:

- Como eu queria observá-la mais, mas não tem mais jeito, não que eu não possa alcançá-la de carro, mas eu já tenho uma pessoa para fazer isso, diz o homem puxando o celular do bolso e discando para alguém e já falando:

- Ela acabou de sair, hora de fazer sua parte, espero que esteja com o GPS aí, quero saber de todos os passos dela até a noite, diz o homem.

- Entendido, chefe, já estou indo, diz a voz do outro lado.

A equipe de David, extremamente cansada por trabalhar toda a madrugada, estava se dirigindo ao necrotério, para ver o corpo da vítima, então David para e fala a equipe:

- Certo pessoal, vou dar uma voltar para pensar um pouco, na minha sala, fiquei pensando nessa breve caminhada e cheguei a conclusão de que não preciso ver mais o corpo, por isso vou voltar a minha sala e pensar um pouco, até mais, disse David, sobre os olhares de sua equipe, então George pergunta a ele:

- David, você está levando esse caso por um olhar muito teórico, não seria melhor observar um pouco mais na prática? Disse George.

- Caro George, para ser um bom observador é preciso ser um bom teórico, não se esqueça disso, disse David, já se dirigindo para sua sala, e George, fica sem palavras para uma resposta, então Anne fala:

- Bom, pessoal, vamos logo, vocês não vão convencer ele, aliás, quem precisa de prática somos nós, ele, somente com a teoria, pode resolver o caso sozinho.

David se sentou na sua cadeira, colocou sua mão no queixo e pensou, pensou em todas as pistas possíveis para a resolução do caso, se esforçou tanto que acabou dormindo pela noite de sono perdida ao ficar acordado na sua casa de madrugada e pela sua teimosia de tomar algo para se manter acordado, então depois de 4 horas de sono, David é acordado por Anne, que fala:

- Já está revigorado, David?

- Quanto tempo perdi, nesse sono temporário? Perguntou David.

- Pouco tempo, somente 4 horas, eu sabia que se deixasse você dormir ma...

- Mas como assim, 4 horas Anne?! Disse David inconformado.

- Maldita necessidade humana para descansar, essa coisa chamada sono é horrível, só me faz perder tempo, mas a melhor pergunta a se fazer é: O que vocês conseguiram nesse tempo em que estive fora? Perguntou David.

- Bom, nada que você não tivesse notado, mas o que comprovamos é que os cortes feitos no corpo a vítima para fazer a mensagem, foram bem profundos, disse Anne.

- Sei, percebi isso também, minha jovem, disse David se levantando de sua cadeira.

- Como suspeitava você nota tudo mesmo, disse Anne, vendo a chegada de Angela na sala de investigação, que diz a David:

- Senhor, esse caso é muito diferente dos outros, não temos muitas pistas, não temos digitais e não temos um padrão, o que o senhor sugere que eu faça?

- Não se desespere ainda, Angela, se lembre, mesmo esse sendo um crime diferente, não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças, espero sinceramente que você se adapte rápido, entendido? Disse David a Angela, que olhou para ele e saiu com um ar de confiança da sala.

- Boas palavras, David, de onde tirou isso? Perguntou Anne.

- Darwin, Anne, um dos meus favoritos.

Já era noite no departamento de polícia de Orlando, David já tinha ordenado a Angela para tentar descobrir a origem da máscara e sua forma de fabricação, mas falou para ela ir descansar um pouco em casa e fazer isso depois, depois dessa ação ele falou para George traçar o padrão dos golpes que foram dados a vítima e ver a área de impacto dos golpes e consequentemente sua força sobre o corpo, depois ele mandou Roy e Ben irem para casa descansar, ambos tinham trabalhado muito, e por último, tinha tentado mandar Anne para casa descansar um pouco devido ao seu trabalho árduo desde madrugada, mas Anne era forte e determinada, nem David a tiraria dali, ela tinha caído no sono a alguns minutos, então David pensou:

- Você tem que acordar cada manhã com determinação se você pretende ir para a cama com satisfação, e com certeza, Anne, é uma pessoa que é bem satisfeita com o trabalho e a determinação com o próprio, que ela oferece.

David então se sentou e começou a pensar:

- São essas pequenas coisas que nos deixam felizes nesse contexto atual, por isso é bom aproveitá-las, antes que algo ruim aconteça.

Era mais de meia-noite, Bella tinha acabado de chegar da casa de Phill, os dois tinham bebido algumas cervejas para festejar mais uma realização de uma matéria para o jornal, se bem que a matéria não era nada boa, mas mesmo assim, ia ao ar.

Bella tinha vindo de táxi, ela era uma pessoa responsável, não deixaria Phill trazer ela de Van, já que ele não estava no seu estado normal, nem Bella, que entrou em casa, mas nem percebeu que sua porta não estava trancada, e nem viu o homem com uma máscara que passava de relance entre o seu quarto e o banheiro, então Bella se dirigiu a sua cozinha e bebeu um copo de água, a luz sumiu, parecia um apagão, mas não tinha como ela descobrir isso tão facilmente, já que todas as luzes das casas da rua estavam apagadas, e provavelmente, todos os seus moradores estavam dormindo, então Bella ficou um pouco nervosa e desorientada, o que foi fatal, ela só teve tempo de ouvir passes rápidos e sentir a dor de uma coronhada em sua cabeça, o que a desacordou, era o fim.

Bella acordou e viu que estava no seu quarto, presa em uma cadeira, e também percebeu que a iluminação não era normal, pois ela tinha visto algumas lanternas sobre o chão e sobre alguns móveis, que levou ela a olhar o homem sentado na cadeira a sua frente, o que a assustou muito, pelo fato dele usar a máscara de Michael Myers, temido serial killer dos filmes do Halloween, que era o assassino que ela mais temia, então o homem falou:

- Olá Bella, quero que saiba que você foi escolhida, e que admiro muito você.

- Porque está fazendo isso, por quê? Perguntou Bella sem alterar sua voz, pois estava assustada demais com a situação para se exceder.

- Bella, isso é um jogo, e em um jogo, eu sempre jogo sério, sempre jogo para ganhar, e Bella, espero que você coopere comigo, estou sendo gentil com você, disse o homem.

- Gentil, agredir uma mulher é ser gentil? Falou Bella alterando um pouco a sua voz e já chorando um pouco.

- Eu não te agredi, a arma fez isso, eu só dei um leve... Empurrão, hahahahahaha, mas me perdoe por isso, agora me diga: Qual dessas máscaras você quer usar? Disse o homem mostrando duas máscaras de terror a Bella.

- Se sinta lisonjeada, o número 1 não teve essa oportunidade, Bella, disse o homem com uma voz calma.

- Número 1? Quer dizer que você já fez mais vítimas? Perguntou Bella.

- Isso não te interessa, o que você precisa saber é que você é o número 2, agora escolha a máscara, retrucou o homem.

- Você vai me deixar viver, se eu escolher a máscara? Perguntou Bella já mergulhada em lágrimas.

- Bella, você vai viver para sempre depois dessa noite, isso eu posso te garantir, e você não queria uma boa história para o jornal? Perguntou o homem.

- Mas... Como você sabe tudo isso de mim? Perguntou Bella, atônita.

- Eu sei tudo de você, Bella, e se você queria uma boa história, eu farei melhor para você: Vou fazer você ser a própria história, para que o seu amigo Benjamin Aickman fique com inveja de você, e para que a cidade nunca se esqueça de você, Bella.

Bella não responde, só olha assustada para o homem, que fala:

- Bom, já que você não quer escolher a máscara, faço isso eu mesmo, certo, será essa! Agora, quer dizer alguma coisa? Disse o homem apontando a arma com silenciador no peito de Bella e guardando a máscara que ele não escolheu debaixo da roupa.

- A polícia vai te pegar, monstro. Disse Bella, com uma cara séria.

- Eles não vão me pegar, não sem a ajuda daquele homem, agora, que tal chocarmos a cidade? Diz o homem com uma voz entusiasmada.

O homem atira, coloca a máscara em Bella e tira ela da cadeira, recolhe suas lanternas, bota Bella em um saco preto e suas lanternas em outro saco preto e os leva para o seu carro que estava estacionado na parte de trás da rua, atrás da casa de Bella, ele olha o movimento, bota os sacos no seu porta-malas, liga seu carro e sai da rua tranquilamente, já que a casa de Bella ficava no fim da rua, facilitando a sua saída rápida e dificultando que alguém o visse, então depois de um tempo, ele fala:

- Tudo foi perfeito, agora só falta o ato final, mas como será que as pessoas reagem ao verem uma coisa que elas consideram como um ato horrível sem conhecer o motivo?

Então ele ri e responde a si mesmo:

- Com medo, como é da natureza humana, diz o homem, pegando sua faca e olhando para o Park Central da Avenida Christie.

Fim do segundo capítulo do Arco do assassino das máscaras