flores murchas

Capitulo 0 alguma coisa

Iniciaram os trabalhos, nada batia, o livro caixa era praticamente uma colagem grotesca, uma fraude feita por principiantes, mal instruídos ainda por cima, qualquer leigo veria os erros cometidos, o caixa de vendas indicava uma coisa e o estoque outra, o salário dos funcionários estava todo distorcido. Estava tudo muito errado.

- será que a fabrica ainda tem salvação? Será que vai dar pra salvar a fabrica Marcela?

- eu acho que com dedicação e compreensão pode ser que sim mas vamos ter que tomar cuidado com o pessoal da direção financeira. Esses livros vêm de lá são eles quem alteraram e faz pouco tempo viu. Faz quase um mês e tava tudo certo tudo no lugar entende?

- entendo mas agora... quem será que está por trás disso?

- pode ser a mesma pessoa que matou seu pai! Será que não foi a mesma pessoa que forjou os livros caixa?

- isso ta parecendo filme de terror.

- e sei. Só falta o cara com a faca pra matar a gente.

- no caso aqui as flores murchas. Como será que elas foram parar ali?

- bem por mim não passaram. Só se Foi quando eu fui ao banheiro, ou quando seu pai voltou do almoço. Que eu me atrasei um pouco.

- não entrou ninguém antes de meu pai? Ou depois dele?

- só o Dr. Marcondes. Que veio trazer uns papeis e depois saiu.

- você ainda falou com meu pai depois que ele saiu?

- sim. Fui levar umas notas de pagamento pra ele assinar.

- ele assinou?

- sim!

- não tinha flores lá?

- não ele estava sozinho e olhando pela janela com a revista na mão e sorrindo ai me despedi dele como todos os dias e, ele disse até amanhã como sempre nada de diferente.

Mas o que será que falava na historia. Quem será que adulterou o livro caixa?

Quem matou seu Marcos?

Quem colocou aquelas flores ali? Quem é criminoso que quer destruir a fabrica? QUEM SERIA O ASSASSINO DAS FLORES MURCHAS? Quem teria coragem de matar uma pessoa tão gente boa, feito o seu Marcos um bom patrão, respeitador e amigos de todos. Ele sempre fazia o bem ajudava os funcionários, salários adiantados, férias remuneradas, tantas coisas boas. Mas quem? Queria o criminoso tão baixo a ponto de querer matar ele. Nesse instante começa a cair uma chuva fina no telhado, que escorria belo beiral da sacada.

- nossa ta chovendo! E agora?

- não se preocupa eu vou de carro.

- mas ta chovendo! É perigoso dirigir na chuva!

- sei, mas eu tomo cuidado. Além do que o Pepe esta sozinho e com fome. Não quero deixar ele sozinho.

- quem é Pepe?

- meu gato de estimação ele tem medo de trovão. Não se preocupe com isso Marcela eu vou estar bem. Alem do que eu preciso digerir melhor essa historia. Não consigo ainda entender como alguém pode... Marcela! Só pode ser alguém de dentro da fabrica alguém da fabrica. Funcionário, diretoria... não sei ainda quem! Mas o que eu sei é que é alguém de dentro da fabrica.

- eu também acho que seja. Mas quem? Todos os funcionários adoravam seu pai. Nunca soube que ele se desentendesse com alguém da diretoria. Eu não consigo entender também. Mas se quer mesmo ir... então boa viagem. Toma cuidado te vejo amanhã na fabrica?

- sim!

Ele levanta-se, pega a mão de Marcela, olha seus olhos castanhos e sorri com ternura, acaricia seu rosto e diz:

- obrigada por tudo Marcela. Diga a sua tia que obrigada. Estava mesmo precisando de um prato de sopa quente e de um banho. E por você existir. E por aceitar ajudar um idiota feito eu.

- você?! Idiota? Não. Você é muito inteligente, mas as vezes não entende o que se passa a seu redor por uma reles falta de pratica de convívio com o mundo obscuro dos negócios. Você é um artista não conhece ainda o quanto é perigoso ser dono de fabrica ou economista com um bando de urubus rondando sua cabeça. Era assim que seu pai dizia quando tinha reunião com a diretoria da fabrica.

- como ele falava?

- “ lá vamos nos mostrar a carniça aos urubus. Eles esperam que a qualquer momento eu morra e eles fiquem com tudo, bando de carniceiros” ele sempre dizia isso e saia rindo. Parece que ele sabia que alguém ali tinha sede no lugar dele. Na cadeira da presidência.

- o ser humano é assim! As vezes olha com a boca e come com os olhos. é a ganância pelo poder. Meu pai sabia como ninguém lidar com isso. Acho que eu jamais vou me enquadrar nesse padrão de falta de ética dos empresários egocêntricos das grandes empresas. Não suporto fingir que sou quem não sou. Nem dizer que amo quando odeio.

- que bom nem eu!

Eles sorriem e se beijam já ao pé da porta Jesse a beija mais uma vês e se despede, entra no carro, acelera e sai. A chuva que vai poço a pouco afinando, molha bem o asfalto. E os pensamentos de Jesse que liga o rádio para escapar das lembranças dos números errados dos remendos mal feitos no livro caixa.

A estrada é longa, mas nem tanto. Ao chegar ao prédio ele abre o portão e entra com o carro, abre a porta do apartamento e vê seu gato deitado em uma cadeira, joga as chaves sob uma mesinha e apanha algumas cartas que estão ali desde o dia anterior, e outras recentes que o porteiro lhe entregara quando chegara em casa, abre uma e outra e aos poucos vê que são cartas de pesares, algumas bem convincentes outras nem tanto. Mas uma lhe chama a atenção. No envelope não há nomes, nem endereço, apenas “ PARA JESSE” ele abre e lê:

“Meus parabéns pelo sucesso. Sua campanha realmente é extraordinária. Nunca pensei que você fosse tão bom no que faz. Sinto orgulho de ser seu pai.” Carlos Brito

Ele amassa o papel e contra o peito e chora feito criança, lembrando que seu pai admitiu que ele era bom e ele nem conseguira lhe dizer que amava-o. Levanta vai a geladeira pega uma garrafa de vinho e uma taça sentasse na mesma cadeira e abre uma pasta nela fotografias, varias de sua mãe, irmãos, amigos, e uma especial a de seu pai e ele no dia de sua formatura em administração. O sorriso de seu pai era de muita alegria. Ele sente naquele instante que tem como dever a seguir descobrir o assassino de seu pai. E colocá-lo atrás das grades. E tirar a fabrica do buraco. Pega o telefone e liga para Marcela para tranqüilizá-la de que chegou bem em casa. Ele desliga deitasse no sofá mesmo e ali dorme.

No dia seguinte ao chegar na fabrica convoca uma reunião da diretoria e mostra todos as falcatruas feitas no livro caixa, são as mais variadas, todos ficam nervosos, Dr. Victor Marques propõe que todos quebrem os sigilos de suas contas e apresentem relatórios de contas bancarias, para que se possa descobrir quem fez as retiradas. Dr. Marcos Silva é o primeiro a apoiá-lo na idéia e garante que no dia seguinte trará um relatório do gerente de seu banco mostrando todas as movimentações. Quem não fica nada satisfeito com as descobertas é Dr. Marcondes:

- hora onde já se viu! Um fedelho desses querer vir desmoralizar um homem feito eu! Ponha-se no seu lugar rapaz já pensaram que o pai dele o afastou daqui por não confiar nele?

Dr. Marcos olha para Jesse e diz:

- conheço Jesse desde criança. Conheço seu Carlos desde que nasci. E não tenho duvidas nenhuma de que o senhor está equivocado.

- ora outro fedelho.

- mesa suas palavras doutor! Fedelho não sou, nem nunca fui. Me formei advogado com mérito e honra próprios. Assim como Jesse também. Agora se o senhor deve alguma coisa a ponto de não ter coragem de deixar todos verem suas contas seu dinheiro ai é outra conversa. Agora não insinuei nada que depois possa lhe recair sob a sua cabeça.

- está me ameaçando rapaz?

- não apenas alertando ao senhor que sua conduta é muito suspeita. Quem não deve não teme.

- está bem na próxima semana trago o relatório provando minha idoneidade.

Todos se levantam da mesa e saem. Jesse sentasse e Marcela juntamente com Marcos e Victor, colocam em pratos limpos todos os problemas da empresa. Marcos após ver todos os dados chama Jesse e lhe pergunta:

- aqui consta uma alta venda de produtos. Mas onde está o dinheiro?

- é ai que está Marcos! Não sabemos.

- você já verificou o estoque?

- não lembrei disso! Porque?

- vamos ver. Eu sou o advogado do sindicato dos empregados. Dos funcionários da fabrica. E acho melhor você falar com eles. Pelo pouco que entendo de administração. O estoque tem que está vazio. Será que está?

Todos se levantam e saem. A porta do deposito se abre o todos vêem caixas e mais caixas lotadas de produto. São tantas que eles teriam que parar um ano de funcionar só pra aliviar o estoque.

- quem matou meu pai não queria que ele soubesse disso.

Os olhos de Jesse estavam brilhando de raiva. Ele tinha razão a fabrica não estava falida não pelas retiradas de dinheiro, mas pelo estoque cheio. Mas nos dados da fabrica estavam todos aqueles produtos vendidos, era pro estoque estar vazio, não ter nada lá mas ele estava lotado. Amarrotado repleto de produtos.

- e agora o que vamos fazer?

- um conselho amigo?

- por favor Marcos!

- convoque uma assembléia dos funcionários eles precisão saber o que está acontecendo aqui dentro da fabrica, eles estão inocentes aqui. Eles só produzem mas não sabem de nada. Eu sei que eles precisam da nossa ajuda.

- marque pra mi então ainda hoje falo ao funcionários da fabrica.

Marcela pega um caderno e anota um memorando, e com a convocação .

Aglae Diniz
Enviado por Aglae Diniz em 04/01/2013
Código do texto: T4067476
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