Um Remetente chamado Morte (parte 1)
Levantou-se da cama em uma manha fria. O calor das cobertas, embora convidativo, não o desviava do planejamento que fizera para o dia. Tomando cuidado para não acordar a mulher, vestiu-se silenciosamente e rumou para a cozinha para tomar seu desjejum.
O silêncio daquela manhã só seria interrompido pelo costumeiro som dos pássaros acordando e da água passando pelo bule de café. Enquanto esperava o café ficar pronto, tratou-se de mastigar algumas bolachas de maisena e um pão com manteiga.
Não demorou para terminar seu desjejum, beijou sua mulher que acabará de acordar e tomou o caminho da rua. Péricles sairá de sua residência às sete da manha para resolver uma questão que tornará seu sono pouco proveitoso naquela noite.
A pé seguia descendo as landeiras de sua cidade em um trajeto bem familiar para ele. Diminuiu um pouco sua marcha ao se aproximar do seu destino e observou brevemente o a fumaça que sua respiração criava. Sairá bem agasalhado, mas o frio anormal daquela manha congelava suas mãos e rosto.
- Bom dia ô zé! - disse sorridente um senhor com barbas brancas bem cuidadas e rosto rechonchudo.
Cardoso era o dono da padaria "3 estrelas", um senhor com idade avançada e barriga proeminente. Aparência que o tornava o candidato perfeito para o papel de papai noel nos períodos festivos. Ele era uma boa pessoa e também o primeiro de uma lista de pessoas com quem Péricles conversaria hoje.
- Bom dia - respondeu Péricles de maneira arrastada.
- e então, como posso lhe ajudar hoje ?
O sorriso de Cardoso rapidamente se desfez ao ver Péricles tirar um envelope de sua cintura e colocá-lo em cima do balcão. Logo a pele branca daquele senhor se tornará rosada e ele em seguida brandar.
- Você recebeu essa porcaria também ? - disse Cardoso claramente mostrando seus descontentamento - uma brincadeira sem graça de um vagabundo, de um maluco!
O descontentamento daquele senhor não era gratuito e ele não era o único a encarar os fatos dessa maneira. No dia anterior diversas pessoas haviam recebido esse envelope misterioso e procuraram a policia em seguida. Tal envelope contia apenas uma folha impressa com poucos dizeres, mas com palavras bem clara e aterrorizantes.
Uma ameaça de morte. Palavras de ódio a todos com dizeres de vingança e punição por pecados passados. Péricles concordava parcialmente com Cardoso sobre a loucura do individuo, mas pouco sabia Cardoso que havia um dedo de verdade nessa história principalmente depois da primeira vitima aparecer.