O crime perfeito.

''Em uma noite de domingo a exatos 23:56 minutos...Bang , foi apenas o barulho que ouvi. Um barulho alto, estranho, seria um tiro ? Sem duvida alguma.’’

Então esse foi o primeiro depoimento que recebi sobre o caso , fiquei intrigada no assunto, e logo já mandei viaturas para o local do tiro, fui junto para encontrar provas e resolver esse crime, mas o mistério já começou pelo o local... Não era um lugar escondido, era um condomínio de classe alta. Seria então, um suicídio ? Ao chegar no local me deparo com um idoso segurando uma arma, e uma mulher morta sobre o chão... No momento tirei minhas pequenas conclusões ...Traição ? ... O homem de idade não estava com expressão de culpado, muito menos de arrependido, mas as aparências enganam , mandei meu melhor homem entrar na casa, e verificar a cena do crime enquanto interrogava o senhor de idade. Ao entrar na casa Wooton Sims que seria meu homem , fica chocado com a cena e entra rapidamente no local, eles tiveram uma pequena conversa, ninguém estava dentro da casa, mas o acusado do crime sai do local, e com um olhar e uma risada irônica logo pergunta : Ela morreu ?

Sem mas nem menos começo meu interrogatório, a sala é pequena, possui três cadeiras, uma para o suspeito, a outra para o segundo detetive no caso Wooton Sims, e a terceira para mim a interrogadora e primeira detetive do caso. O manual sugere também que o suspeito deve ser acomodado numa cadeira desconfortável, fora do alcance de controles como interruptores de luz ou termostatos, o que aumentará ainda mais o seu desconforto e criará um clima de dependência. Um espelho falso é um acréscimo ideal ao ambiente, pois aumenta a ansiedade do suspeito e permite que outros investigadores observem o processo e ajudem o investigadora responsável, no caso eu, a descobrir que técnicas estão funcionando ou não.

Comecei com perguntas simples, e descontraídas para ver sua reação:

- Seu nome ?

Logo e com certeza ele responde :

- Antony Bardini.

Logo senti firmeza em sua resposta e já o considerei Antony.

Depois de muitas perguntas fui direta.

- Quem era a mulher morta ?

Com uma resposta rápida ele diz :

- Minha mulher e eu não a matei.

Por algum motivo suas palavras e expressões me deixaram confusa, afinal quem mataria ela ?

Perguntei como ela teria morrido, e em silencio ele permaneceu e nada respondeu.

Aquilo já bastava para mim, de tantas perguntas nenhuma ajudou, isso nunca tinha acontecido. Mas então logo depois, quando já eram 2:09 da manhã voltei ao local com minha equipe para recolher as provas, o mais rápido possível.

Ao chegar no local, percebemos que não havia nenhuma prova, apenas uma arma sem disparo algum. Como isso iria acontecer ? Nenhuma digital ? Nenhuma prova que pudesse incrimina-lo ? Eu sentia que ele era o culpado, suas reações irônicas, frias, e respostas rápidas deixavam isso bem claro. Mas como alguém teria apenas uma arma sem disparos ? A arma real, deveria estar em algum lugar da casa, mas onde ? Minha equipe recolheu as provas e logo foram embora. Mas eu não, o crime sem respostas me deixava cada vez mas determinada a resolver, afinal como alguém pode morrer, em uma casa, com apenas um disparo, sem provas, sem digitais, e apenas uma arma sem uso algum ? O crime não poderia acabar ali, tinha muitas perguntas em minha cabeça, e precisava de respostas. Já eram 5:43 da manhã e eu ainda permanecia no local, a procura da arma verdadeira. Horas e horas se passaram, com fome, sono, e já sem energias, resolvi ir embora, mas encontrar a arma que era meu real objetivo, não encontrei.

Cheguei em minha casa, dormi por 3 horas, e insatisfeita com o caso, voltei para a delegacia e resolvi fazer outro interrogatório. Dessa vez iria usar uma técnica nova, iria dizer que achei a arma do crime, apenas para observar sua reação.

Durante nossa conversa inicial joguei em pequenos comentários irônicos que tinha achado a arma do crime, e mesmo assim ele não demonstrava reação alguma, observei todos os gestos tanto verbais quanto não-verbais - para definir uma reação, mas nada adiantava, aquele caso estava indo longe de mais.O julgamento do caso seria em breve, e sem provas, ele estaria livre, como alguém poderia cometer um crime e sair livre dessa situação ? Eu já não sabia o que fazer.

No dia seguinte voltei ao local do crime e por lá permaneci mais 5 horas, a procura de uma arma...Não queria desistir, afinal eu sabia que era ele, mas como uma arma iria sumir assim ? Ele poderia ter escondido em qualquer lugar ... Mas e as digitais... Nenhuma? Seria então um crime perfeito... Já resolvi tantos casos, mas esse não tinha solução, sem provas, sem nada...Ele estará livre, e me sentirei culpada para sempre. Resolvi conversar com Woonton Sims , quem sabe ele poderia me ajudar?

Cheguei em sua sala e logo Woonton pergunta:

- Achou a arma do crime ?

Triste e sem esperanças respondo:

- Não..

A cara de desespero de Woonton me deixou mais confusa ainda, e então sem delongas ele me faz uma proposta que me deixa intrigada, e ambiciosa, seria certo fazer isso? Voltei para minha casa, e quando me deitei na cama apenas lembro de suas palavras ‘’ E se fizermos uma arma falsa , uma com disparo e totalmente idêntica a dele ? ‘’ Seria errado, mas ele estaria na cadeia, e o crime resolvido. O julgamento era amanhã, passou tão rápido, e já não sabia que provas eu iria apresentar, afinal não existia nenhuma...Ou talvez sim.

Acordei, tomei meu café e já segui para delegacia, chamei minha secretária e disse para levar seu celular e caso eu há ligasse, era para desligar entrar no julgamento e dizer algo sobre ‘’achar a arma’’ eu não tinha certeza, mas era uma opção.

O tempo passou o julgamento era as 17:00 horas , e já eram 15:56 e nada de provas, um dos funcionários da delegacia, Vitor Raming entra em minha sala, e com o celular na mão, me chama para ir ao bar depois do julgamento, afinal precisa esfriar a cabeça. Ele deixa seu celular em cima da mesa, do lado do meu celular, e tenta me convencer.Para ir embora eu disse que iria pensar. O celular toca, e ele pega o meu, aliás nossos celulares seriam iguais, e ele sem querer atende, era Woonton querendo falar comigo, Vitor percebe o engano e devolve meu celular... E então, eu resolvi o crime, Antony teria trocado a arma com Wooton aliás no desespero ele se joga no corpo da moça. E na oportunidade o frio e calculista Antony troca as armas, elas eram iguais, a sem disparos que seriam a do Woonton fica com ele, e a de Antony o tempo todo com o detetive. Eu tinha resolvido o crime, mas ainda queria saber o motivo do detetive ter se jogado sobre o corpo, e quando atendo o telefone suas primeiras palavras eram ‘’ Ela era minha amante, aceite a proposta e coloque esse canalha na prisão ‘’ Com raiva e rancor desligo, e então junto os fatos.

Antony descobre a traição de sua mulher, com raiva, arma um plano que tinha tudo para ser perfeito, inclusive o fato de o detetive do caso ser Woonton o amante de sua esposa. Cometendo o crime com luvas e queimando sua roupa não deixaria digitais,nem provas, só faltava a arma. Ao chegar no local o detetive vendo sua amante morta sobre o chão esquece da arma, que então seriam iguais , Antony troca, e então não teriam provas. Realmente um crime sem erros. Até agora.

Não queria contar ainda para Woonton , que tinha resolvido todo o crime. E então já são 17:00 horas, vou para a sala de julgamento, e então.. Bang !...Todos assustados correm, e ao ver...Woonton Sims teria se matado em plena sala de julgamento, mas por qual motivo ? Talvez achasse que Antony não seria preso, ou que apenas amava sua amante e a queria ‘’encontrar’’.

A confusão termina, me lamento pela morte dele, era uma pessoa tão especial.Mas o julgamento volta a acontecer, e depois de mostrar minhas hipóteses , e ver Antony indo embora algemado e finalmente preso, senti a justiça em meu coração, e só posso dizer que foi uma das melhores sensações da minha vida.

Então antes de ir embora quis ter minha ultima ‘’conversa’’ com o criminoso, e então ele diz:

- Parabéns, você conseguiu, mas isso não muda o fato de duas pessoas terem morrido, mas sabe o melhor, eu matei as duas, com apenas um tiro, matei todos que eu odiava.. Mas incrível foi a sorte de ver o amante de minha esposa assistir o julgamento e a morte dela, com a arma do crime o tempo todo em suas mãos.

Aquilo bastou para mim. Fui embora. E recebi outra ligação, seria um novo crime...Mas isso já é outra história...