Lúcido

O depoimento:

Eu estava deitada na cama, quando comecei a ter lembranças do que havia me acontecido no dia anterior, me encontrava pelada e agachada no chão ouvindo vozes na minha cabeça dizendo que eu estava certa em ter feito aquilo, que poderia ter sido pior, caia lágrimas dos meus olhos sem nenhum motivo, me auto flagelava por ter feito aquilo; eu sabia que havia algo errado, só que não soube discernir, eu entendia que ninguém alem de mim poderia saber do ocorrido, foi neste momento de euforia que cai desacordada no chão.

Enquanto isso, tive pesadelos horríveis, um homem com um olhar que me aparentava estar sem alma matava a sangue frio minha colega da sela ao lado e eu o assistia esquartejo calada, com medo de ser vítima do assassino, tive a certeza de que ele sabia que eu estava ali, observando-o, por varias vezes ele parava com o ato e olhava disfarçadamente para trás com uma sorriso sarcástico, foi quando resolvi sair de cena e lentamente acordar com uma súbita dor de cabeça.

Ao despertar me sinto suja, não consigo enxergar a sela, pois já era dia, sinto um cheiro ruim familiar, mas não consigo lembrar de onde o reconheço, minhas mãos estão grudentas com algo viscoso, procuro entender o que se passava, porém, sem sucesso.

Quando recompus minha visão, fixei-o em minhas mãos; não pude entender o porquê estavam vermelhos, porque estavam com sangue ?

Meu lóbulo frontal estava atormentado por pensamentos incertos, meu coração bombeava mais oxigênio para que eu pudesse recordar de qual lugar poderia ter surgido tanto sangue. Foi quando de repente me virei e vi os membros espalhados pelo meu quarto já deteriorados.

(Continua)