Mente Assassina: Confissão

Eu confesso matei nove pessoas em três semanas, usando as minhas técnicas de psicólogo, fazendo com que elas tentassem o suicídio, e caso se arrependessem, eu concluía a sua morte. Confesso também que decidi brincar com o delegado Camilo e sua equipe, ao ligar para a delegacia a cada novo assassinato. E não vim aqui para ser absolvido por esses crimes, mas vim aqui para dizer como e porque eu cometi esses crimes.

Todos devem concordar que ninguém acorda dizendo:

– Hoje eu sou assassino. E vou matar pessoas.

Comigo não foi diferente. Eu vivi até os meus 40 anos, sempre dentro da lei. Trabalhava, tinha uma família, uma ideologia de vida. Eu abdiquei de tudo isso após um fato.

Eu sempre coloquei os meus pacientes em primeiro lugar, e foi por causa de uma ligação de um deles, que a minha vida deixou de ter sentido. A ligação ocorreu minutos antes de eu embarcar com minha esposa, e meus dois filhos para uma viagem para a Espanha. Pedi, então, para eles irem primeiro, conversaria com meu paciente, logo em seguida, embarcaria no próximo vôo. Com o paciente foi rápido, embarquei no próximo vôo uma hora depois, chegando ao aeroporto de Madri percebi que havia uma movimentação estranha. Demoramos cerca de meia hora para aterrissar e tinha pistas interditadas. Perguntei a um dos funcionários do aeroporto o que estava acontecendo. Ele me respondeu:

– O último vôo que chegou do Brasil explodiu ao tocar no solo todos os passageiros morreram.

Depois de enterrar minha família perdi o chão. Culpei ter atendido aquele paciente. Queria ter morrido junto com eles. Voltei para o Brasil, e fiquei em casa por aproximadamente uma semana.

Cansei de ficar em casa, resolvi sair, comer alguma coisa. Em um restaurante, uma moça me chamou a atenção, por ser jovem, bela, aparentemente triste e estar sozinha. Aproximei, e comecei uma conversa, percebi que ela sentia falta da família, aproveite-me para invadir a mente dela e convencê-la de que deveria morrer. Convidei-a para dar uma volta, mostrando-lhe a arma. Ele entendeu o recado, saímos e fomos até a praça onde encontraram o corpo. Ele recusou se matar eu forcei seus dedos contra o gatilho e ela faleceu, marquei seu corpo com o número um.

No outro dia, identifiquei a equipe policial que cuidava do caso. Resolvi jogar com eles, matar alguns pacientes para ter vítimas não foi difícil, afinal, eu cuido de muitas vidas com complexo depressivo. Escolhia pessoas de perfis diferentes para dificultar o trabalho policial. Matava-as em locais distantes para criar pânico e desespero nos responsáveis em encontrar o culpado. E claro as ligações para desarticular psicologicamente o líder da equipe. Meu único erro foi não contar que haveria outros membros na equipe capaz de exercer a liderança de maneira exemplar.

Não quero que me inocentem, pois não sou. Quero apenas deixar claro que matar virou para mim a minha motivação de viver. Brincando com a policia descobri que poderia ser bom em algo. Eu não tenho família, estão mortos; não tenho profissão, tive o diploma cassado por usar meus conhecimentos profissionais de forma violenta; então, prefiro ficar preso a ficar livre. Eu não terei mais vida tanto preso como livre. Definam a minha punição da maneira que acharem melhor.