O ASSASSINATO DE RULIO- PARTE 1

-Não há escuridão que resista a chama de uma vela.

pensava alto o superintendente Halking olhando para o lampião que segurava em sua mão.

-Em que estava pensando? Oh, sim, o cadáver - pobre sr. Rulio, estava tão velho e carcomido que não resistiu a queda desse pequeno barranco... caiu e quebrou o pescoço. Que tragédia!

-Boa noite Sr. Halking, como está? - a voz grossa quebrou o silencio confortante da noite e interrompeu o pensamento do profissional da policia que como uma raposa em posição de defesa, virou bruscamente para onde vinha a tal voz. Aliviado, viu quem era: o detetive Derek, um velho amigo de profissão.

-Ah, é o senhor? Boa noite Derek. A noite está deslumbrante, esse céu... que céu incrível! Nem parece que houve um assassinato por aqui no final da tarde...

-Fico imaginando um assassino vaidoso o suficiente para cometer um crime somente com a condição de um dia bonito. Patético...

-O que quer dizer? - exclamou surpreso o superintendente

-Nada de mais. Só que, um crime ocorre a qualquer hora, independente de qualquer coisa. Só isso.

-Sim, essa não foi uma morte bastante incomum, senhor.

-Sim, eu sei disso. Na verdade, em minha opinião, foi um crime premeditado e bem arquitetado. O assassino quis ser cuidadoso , sem deixar pistas, nem nada que o comprometesse. Parece ser o crime perfeito.

-Sim... com certeza. Mas não sabemos o que houve. Não podemos tirar conclusões.

Derek parecia não ter ouvido o que o superintendente havia dito e continuou

-...parece, mas não é. Primeiro que o assassino deixou claro que o que houve foi obviamente um homicídio, não teve cuidado para esconder isso. Se não quisesse investigações e coisas do gênero, faria parecer um acidente ou suicídio. Deveria ser mais cuidadoso.

-Bom não podemos descartar essas duas hipóteses, detetive... - Afagou Halking.

-Podemos sim!- Derek indagou com convicção. Rapidamente o superintendente perguntou curioso:

- Como, homem?

-É simples: a única forma de ter sido um acidente, seria se o velho escorregasse e caísse barranco abaixo, não há nenhuma marca que indique um escorregão. Suicídio? Por Deus, Halking, não havia motivos para ele se suicidar, não pulando desse barranco idiota! Esta certo que o velho estava com o pé na cova, pronto para embarcar para eternidade se desse um espirro, mas convenhamos que não arriscaria, se jogar daqui com a chance de sobreviver e passar o resto de seus dias quebrado em uma cama. O velho tinha muitos remédios, se quisesse suicidar-se era só tomar uma cartela de qualquer um daqueles comprimidos pra diabetes ou pressão alta que certamente tomava e, pronto!

-Bem, olhando por esse lado... o senhor tem razão. Mas quem o senhor acha que faria isso?

-Bom, temos tres suspeitas- o detetive tirou do bolso um caderninho que sempre carregava consigo e começou a dizer os nomes- a esposa do velho, Lydia, a neta Adelaide e a amiga de Adelaide, Dora. Não havia mais ninguém nesse fim de mundo!

-Sim, sim, o senhor tem razão. O senhor quer que eu convoque as três para um interrogatório?

-É melhor que façamos isso dentro da cabana, há muitos pernilongos aqui fora... Vamos entrar-disse, incomodado, o velho detetive que com um tapa em sua nuca acabara de esmagar um daqueles pernilongos.

-Tudo bem vamos... -concordou Halkink, apressando o passo

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Artur Sanfournt
Enviado por Artur Sanfournt em 15/01/2016
Reeditado em 15/01/2016
Código do texto: T5511403
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