O ASSASSINATO DE RULIO - FINAL

-Bom, senhoritas, acho que podemos conversar mais a vontade a respeito dessa loucura toda que está acontecendo, não?

As duas se entreolhavam, faziam pouco do velho detetive. Não foram com a cara dele desde que o viram pela primeira vez, mas concordaram com o mesmo, que começou:

-Você mora aqui ou veio apenas a passeio com sua amiga, senhorita Dora... quer dizer Adelaide.

Derek falava de modo intimidador. Adelaide arregalou os olhos, mas não perdeu a pose. Respondeu firmemente:

-Eu vim a passeio junto com Dora.

-Senhorita Dora, seu marido não se importou por ter vindo até esse lugar sem comunicação alguma?

Dora parecia desconfiada e indagou:

-Como sabe que sou casada?

-A aliança.

Sim havia uma aliança no dedo de Dora, ela tentava inutilmente esconde-la da vista do velho que prosseguiu:

-Sabe, o formato circular da aliança significa que o compromisso do casal deve ser eterno, apesar de tudo, sem começo e nem fim, até que a morte os separe.

-Onde o senhor quer chegar com isso?

Sem dar atenção o detetive continuou serenamente:

-Infelizmente, não só a morte separa, as penitenciarias também. Questão de segurança.

-Olha, sr. detetive acho que o senhor está desviando o assunto, sendo impertinente, se intrometendo na minha vida particular. Qual o seu problema? Olha chega! Vou pedir para o senhor Halking tirá-lo desse caso e...

-Mas já? -Interrompeu em tom irônico o Derek- Achei que levaria mais tempo.

As duas estavam vermelhas como pimentão. Dora levantou rapidamente e saiu porta afora, dois minutos depois voltou com o superintendente. O detetive deu uma gargalhada alta.

-Não se preocupe Halking, estou saindo do caso. Acabou!

-É uma pena que o senhor...

-É uma pena mesmo, já resolvi esse caso!

Todos se entreolharam surpresos. Derek pos-se a falar:

-Desde ontem já sabia de tudo. Estão todos presos, inclusive o senhor, Halking.

-O senhor está delirando!

-Não, meu caro. Você está preso por ser cumplice na morte do senho Rulio e da senhora Lydia...

-Isso é um insulto! - gritou Adelaide.

-Sim, também odeio quando erram meu nome senhorita Dora.

-O que? -exclamou furiosa a dita cuja

-Se verdadeiro nome é Dora. Foi você quem empurrou seu avo daquele barranco.

-Como ousa...

-Ora, não precisam mais tentar esconder, já sei de tudo, desde ontem quando cheguei. Os três planejaram assassinar o sr. Rulio, na verdade os quatro, mas os mortos, como a senhora Lydia, não podem ir para a cadeia. Cada por seus motivos: Adelaide, que na verdade é Dora, tinha raiva do avo porque o mesmo espancava sua avó, falecida há muitos anos, queria se vingar do velho matando-o. E você, mocinha que queria ser Dora, na verdade se chama Rubia, você entrou nessa a pedido do superintendente Halking, com quem tem um relacionamento amoroso há algum tempo, tudo por dinheiro, essa aliança é bem cara, hein? E o superintendente, seu papel era livrar a cara da verdadeira Dora da justiça com seu poder de superintendente e Lydia queria casar legalmente com o velho, que recusava fazê-lo, começou a achar que ele não a amava, então queria se livrar dele por não sentir mais amada. Estava infeliz.

-Como, como... –disse Dora petrificada.

-Ora, quando cheguei, a primeira coisa que percebi foi os sapatos sujos de lama da dona Lydia, que você, senhorita Dora, usara propositalmente na noite do crime para incriminar a velha, a odiava tanto quanto seu avo. O sapato é a prova disso, prova a qual peguei na noite passada num momento de desatenção e já encaminhei para a perícia que vai confirmar que aquela lama é a mesma do barranco e será feito o exame de DNA com as sobras de pele que continham nele- é isso que acontece quando você usa um sapato menor que seu pé senhorita Dora, sorte não ter criado calos, não? E a morte de Lydia, bom, também fazia parte do plano, logo morreria e se dependesse das investigações de Halking ela seria a culpada e, bom, como estaria morta ninguém seria preso. Trocaram a substancia dos comprimidos por farinha... Típico. Em longo prazo seu corpo sentiria falta da substancia, pois dependia da mesma, a mulher estava frágil nos últimos dias de qualquer forma ia morrer antes de concluir as investigações. Antes que questionem eu sei que Lydia esperava que o resultado da investigação da morte do marido seria como suicídio ou acidente. Planejaram o crime perfeito, sem querer me gabar, mas, um crime perfeito exige mais do que um lugar no meio do nada, um barranco e uma frágil senhora bobinha. Espero ter sido claro com os senhores. Os dois policiais que estão aí irão acompanha-los até a delegacia, espero vê-los em breve no julgamento e que a justiça seja feita!

Derek, vagarosamente, levantou da poltrona que estava sentado e se dirigiu a uma das viaturas. Apesar da idade estava pronto para o próximo caso.

Artur Sanfournt
Enviado por Artur Sanfournt em 15/01/2016
Reeditado em 15/01/2016
Código do texto: T5511475
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