Detetive Morgan, o assassino.

Era uma noite escura, escura até demais. A caminho do meu destino, enfrentando depressões violentas em um carro velho, só podia ver a mansão da família Hensel iluminada por raios. A chuva estava piorando, por isso me apressei. Não queria enfrentar uma chuva de granizos. Estacionei em uma área coberta à frente da mansão, que tinha um teto de vidro, apenas uma grade à esquerda, embaixo do teto, sustentando várias orquideas e outras flores que estavam penduradas na mesma. Saí do carro e tirei meu chapéu, estava apenas à uns metros da casa mas não queria me molhar. Mas era um bem necessário. Coloquei meu chapéu por baixo do meu casaco de couro e saí correndo para a porta olhando para baixo pra não embaçar meus óculos.

Cheguei na frente da casa, tive um tempo para respirar, já que eu estava em uma área coberta à frente da porta. Dei um breve suspiro e bati 3 vezes na porta com um intervalo de 0.8 segundos. Uma senhora já de idade me atendeu. Suponhei que era a empregada do senhor Claus. O dono da mansão. Um velho bigodudo, já com seus cabelos brancos que sempre usa sua cartola inteiramente preta, sua fiel assistente quando ele era mágico durante a 2° guerra mundial. A velha, tremulando me deu boas-vindas e eu acompanhei ela até o cômodo principal.

- Sr. Claus? - Disse a velha, falando o mais baixo possível.

Após Claus virar para mim, a velha saiu, tremendo.

- Olá Sr. Morgan. - Disse Claus, sorridente.

Eu respondi de forma simples. Um simples e breve olá. Claus então tirou o seu charuto da boca, salivou e começou a olhar para sua chaminé.

- Sabe por que eu te chamei aqui, jovem?

Eu era um simples detetive, não sabia exatamente o porque dele me chamar, mas deduzi que eu teria que investigar algo. Foi o que eu respondi.

- Exato, garoto! Quero que você mate aquela velha insolente que te recebeu na minha porta!

Depois do que ele me disse, demorei um pouco para captar tudo aquilo.

- Não! Não senhor! Eu sou um detetive, e não um dos assassino de aluguel! - Falei, gritando.

- Se você não fizer o que estou te dizendo, eu vou te matar! Afinal estamos muito longe de qualquer cidade. Já viu um simples guarda qualquer por aqui? Eu sei que não, eu mando aqui!

Ele realmente parecia ser um homem violento. Apesar dele ter sido um homem do bem no passado, a guerra mexeu com ele. Pelos seus aspectos físicos logo percebi que ele era um judeu. Deve ter perdido os pais, os amigos e outros parentes. Eu sou um detetive, percebo coisas que ninguém vê, fazer o que eu fiz era meu trabalho.

- Senhor, eu sei o que você passou. Eu tinha amigos judeus também. Eu vi eles sofrerem. - Disse, tentando consolá-lo.

- Você não está entendendo, garoto! Se você não quer fazer o trabalho sujo, eu mesmo faço!

Então ele sacou uma arma e deu 2 tiros na empregada, dois tiros certeiros. Não tinha como salvá-la, mas por impulso eu peguei meu canivete suiço que estava no meu bolso e acertei ele na barriga. Foi uma morte lenta, dolorosa. Não me senti bem com isso, mas eu fiz. E é por isso que eu estou aqui agora

- Então é isso que o senhor tem a dizer, senhor Morgan?

- Sim, Meretíssima...

- Então eu condeno Alfred Morgan à pena de morte, pelo assassinado de Claus Hensel.