Balança errada

Num pequeno mercado

que vendia de quase tudo, de fato,

situado num bairro periférico

onde por alguns anos

como adolescente morei, de fato,

nele existiam duas balanças

mas não como nos dias de hoje

que são realmente eletrônicas,

mas sim totalmente antigas

por serem pesadas com pesos de ferro

além de serem totalmente pensas

e, portanto propositalmente tortas, de fato.

E, por causa desse roubo automático

os seus donos em pouco tempo

realmente ficaram ricos,

pois ao pesarem tudo

que ali era comprado,

desde o açúcar aos peixes,

todo o peso que era literalmente

dos seus fregueses roubados

naturalmente vos davam num maior lucro

e, por essa triste razão enricaram

as custas das suas erradas balanças

que, quase todos reclamavam

mas, pela falta de concretas provas

não podiam provar, é claro,

que estavam sendo enganados.

Até que um certo dia

e, através de boatos

rapidamente como o fogo na palha seca

por todo o bairro se espalhou

que, o seu Manoel

tinha vendido o seu pequeno mercado

e retornado para Portugal, de fato,

e, agora o novo dono

que já possuía um mercadinho

na parte mais antiga daquele bairro

ao remodelar e expandir o mercado

observou que em ambas as balanças

tinham um pequeno calço

feito por um pequeno pedaço de fórmica

que, por as balanças não serem eletrônicas

sempre naturalmente tiravam

quase quarenta gramas de cada quilo

e, embora esse caso na época

não tenha na delegacia sido registrado,

esse conhecido comerciante ali nascido

fez questão a todos esse fato dizer

qual, hoje dele lembrei

daí ter aqui narrado.

Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 03/12/2023
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