DE SÚBITO

Chegou em casa mais cedo e encontrou Ana, sua mulher, na cama com Ivo, seu melhor amigo.

Cego de raiva e ciúme, sacou o 38 que trazia na cintura e disparou três vezes...

Hoje Mora em outra casa...

Ana está morta...

Ivo é seu amante.

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Estava sentado em frente ao portão de sua residência quando ouviu dois tiros.

Um acertou seu peito, o outro sua cabeça.

Nem viu quando quem atirou passou na garupa de uma moto olhando seu corpo inerte no chão.

Se pudesse ver, teria reconhecido Pedro, seu irmão, que ainda sorria enquanto guardava a arma dos disparos na cintura.

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Vivia reclamando de tudo que a mulher fazia.

Dizia que sua comida era horrível, e que suas roupas eram piore ainda.

Naquela noite, na hora do jantar, comeu que se fartou e ainda repetiu o prato várias vezes.

Elogiou como nunca o jantar preparado pela esposa.

Ela, tranqüila, sorria discretamente.

Escondido em uma prateleira do armário estava o vidro de veneno que ela usou como tempero.

Naquela noite ele não reclamou de nada.

Morreu de barriga cheia.

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Estava tirando dez anos de prisão.

Dizia que cadeia pra ele era hotel, e que guarda era garçom.

Numa tentativa de fuga levou três tiros do garçom da guarita dois.

Deixou o hotel sem pagar a conta, estirado dentro da gaveta do rabecão.