QUEM TUDO QUER.... (baseado em fatos reais)

Certo dia, um empresário já bem estabelecido em uma cidade interiorana de porte médio, recebeu uma visita inesperada...

Um homem bem trajado, de terno, se apresentou como representante e administrador de um outro empresário e contou a seguinte história:

_Olha, indiretamente, já fizemos negócios com seu estabelecimento, e como vimos que sua empresa é sólida e tem bom faturamento, vou fazer a seguinte proposta: "Meu patrão, ganhou um prêmio de loteria, uma grande quantia em dinheiro, porém, em nosso Estado, o mesmo deve grande quantia de Impostos e Taxas ao Fisco e se ele se apresentar no Banco como ganhador da bolada, terá o dinheiro apreendido para pagar as dívidas; sendo assim, outra pessoa vai receber o dinheiro no lugar dele. Porém o Banco, fornece cédulas numeradas que são rastreáveis em nosso Estado, e caso percebam que ele está usando este dinheiro, poderá ser preso..."

_O empresário, um tanto desconfiado, perguntou o que realmente aquele senhor queria, e pediu para que expusesse a proposta concreta.

O representante então foi mais direto:

_Estamos dispostos a trocar este dinheiro aqui no seu Estado, quebrando o controle bancário, e como o senhor tem bom faturamento, nosso acordo nunca será descoberto. É claro que o senhor não vai fazer um favor e sim prestar um serviço, então será bem recompensado. O Senhor aceita trocar R$ 80.000,00 nosso por R$ 50.000,00 do senhor?

_O empresário engoliu seco, pensou um pouco, porém o representante abriu a maleta e mostrou a dinherama...Nisso os olhos do empresário transformaram-se em cifrões e o mesmo acabou aceitando.

O empresário foi ao Banco, fez a retirada e procedeu a troca. Tudo certo, beleza, limpeza.

E isso se sucedeu por mais duas ou três vezes, em períodos de três a cinco meses, até que o representante voltou e perguntou se o empresário não estaria interessado em fazer um negócio na proporção de R$ 3.000.000,00 (três milhões) por R$ 2.000.000,00 (dois milhões), faturando um milhão em uma única negociação.

O empresário nem pensou, vendeu apartamentos, carros, pediu empréstimos e foi rumo à grande cartada.

O encontro foi marcado em uma casa de campo, num sítio alugado. O empresário levou o dinheiro em várias bolsas e a outra parte do "negócio" levou o seu em mais bolsas ainda.

Enquanto conferiam e contavam o dinheiro, de repente, chegam três viaturas da Polícia Federal e arrombam a porta, fortemente armados, dizendo:

_Estão todos presos, é uma operação federal, mãos na cabeça...

Todos se deitaram com medo, então os tais "policiais" algemaram todo mundo, porém levaram só os representantes da parte que pagava pelo serviço, deixando o agora pobre empresário algemado pelos pés e mãos sozinho na casa de campo.

O empresário passou dois dias preso, sem comida ou água, e tinha perdido a voz de tanto gritar por socorro, até que um funcionário da imobiliária que alugou o sítio, veio para pegar a chave, o encontrou e finalmente o soltou.

O empresário procurou pela polícia, e foi informado que este golpe era aplicado em várias cidades, de vários estados do Brasil, e que muitos e muitos empresários, ludibriados e fascinados com o lucro fácil haviam perdido suas pequenas fortunas para os larápios, que tinham uma grande estrutura e um esquema milimetricamente engendrado.

Foi mais um peixinho que caiu na rede, sem direito de reclamar.

Fim.

Autor: Rodrigo Soares Borghetti (Borgha)

BORGHA
Enviado por BORGHA em 03/04/2008
Reeditado em 17/04/2008
Código do texto: T929134
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