Eu: Inimigo meu !

Puta que pariu !!! Dois maços de cigarros em quatro horas, e essas mãos, que não param de tremer...

Não consigo raciocinar direito, parece medo, parece ódio, não tenho mais vontade de lutar, estou cansado, e ferido gravemente, sinto o gosto de sangue invadir a garganta.

Esse revólver que descansa na mesa, é para me defender, para me proteger de mim, para me salvar das minhas maldades, de minhas mentiras, de todas minhas facetas.

Daqui do sexto andar, olho para baixo, e vejo as prostitutas, os cafetões, os moleques cheirando cola...que merda de lugar !

Um comprimido tranquilizante, tarja preta, um gole de uísque barato !

Nem essas porcarias conseguem me fazer dormir um pouco !

Droga, quero sair, mas vão me ver, vão saber de tudo, de tudo que fiz para mim, dos meus blefes, das minhas cartadas...olhando a janela, aquela viatura parada, eles me querem, eles sabem quem sou eu, sabem da minha nobre mente, má e inteligente...por que será que eu não matei aquele cara? Por que deixei aquele imbecil vivo ? Ele deve estar rindo da minha cara agora ! Escroto, ladrão !

Não vai dar nada, ninguém sabe o que eu sou. Não gosto da polícia e nem do ladrão, nem do político, nem de pastor, padre ou apresentador de televisão...

Que droga, olha só o que eu fiz...para cada desejo de morte e vingança, uma queimadura de cigarro no braço...não tem mais onde queimar!

A cartela de comprimidos está vazia, meu cigarros acabaram, só tenho as balas do revólver, e a sorte, que seguro por um fio, esperando a hora certa chegar, seu eu voltar atrás, será pior, para eles e para meu melhor inimigo.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 11/06/2008
Reeditado em 13/06/2008
Código do texto: T1029080
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