CASA VELHA EM RUINAS VII

CASA EM RUÍNAS... VII...

Hoje o dia está nublado, creio que teremos chuvas, no final da tarde!

Aproximo-me, da varanda... da CASA EM RUÍNAS... , vejo que tudo parece calmo.Apenas o...MAX...tirando aquela soneca vespertina,como era de costume...Talvez ,sonhando com alguma...(NIFETA...) do quintal.

Olho mais uma vez,´por aquela janela...tão familiar e vejo... Recostada naquela poltrona colonial com almofadas em veludo vermelho....

A velha e querida matrona: daquele lugar.

Lembram-se daquele porão, que também era um ateliê onde haviam

lindos quadros pintados por tão singelas mãos?

Pois bem,era a senhora do barão, quem os pintavam e que da janela

Do seu refúgio,onde observava as cenas e os arredores...com todos os seus tons e sons...

Os seus netos e bisnetos a chamavam de vovozinha BRANCA, pois este era o seu nome...Nascera lá pelas bandas de BELO HORIZONTE, êta! Mineirinha... mais bonita,sô. Não havia outra mais bonita ...naquelas paragens.Era filha de GENARO... um dos maiores fazendeiros da região mineira... que além de cafezais... tinha uma infinidade de gado leiteiro...

Quando chegava a boiada, vinha junto uma grande comitiva de peões...

Um velho conhecido nosso...tinha sido peão de maior confiança do GENARO, o fazendeiro.

Você já imagina ... quem é?

Muito bem era nada mais ,nada menos... que o pai do ZÉ...

Moço falante e bem apessoado...vivia pelo mundo tocando a boiada, dizem que ele viera do estado de Goiás,quando ainda era pequeno e que vivera em Cordisburgo... Já ouviram falar?

Em Cordisburgo, tem uma linda caverna...Maquiné.No interior dessa caverna podemos nos encantar com vários salões... maravilhosos espeleotemas, travertinos, estalaquitites, estalagmites...enfim ...morcegos...turístas , e muitas outras curiosidades.

Quando moço...acostumado com a vida de vaqueiro, sempre passava por Lagoa Santa onde tem outra caverna lindíssima... mas a que o moço mais gostava era mesmo a de SETE LAGOAS... o nome desta caverna é REI DO MATO... No interior desta caverna ... um sonho digno de se conhecer... à cidade também ... muito acolhedora e de um povo tradicionalmente mineira.

Como o cabra era de extrema confiança de Genaro, na volta de cada viagem ,sentavam –se no alpendre e fumavam o paieiro... jogando conversa... enquanto com olhos de esfomeado o “ talzinho “, se enrabichava com a menina BRANCA.... que por sua vez ,já se encontra a suspirar pelos cantos do jardim.

Quando o moçoilo, voltava de suas viagens ,passava pela casa grande e depositava olhares lânguidos para a donzela...que ficava à janela a suspirar.No começo era só uma “ rabada “ de olhos....depois ...com tempo,

o jovem ... jogava-lhe uma flor...

Como sempre fora de costume nesta família, desde o começo... Não demorou muito e o GENARO,foi obrigado aceita-lo como genro,pois a menina estava toda envolvidinha ... pelo mancebo.

Desse casamento só viera um filho... O ZÉ...Podem ver,que as ....TERRAS e o lugar para morar que o HENRY ,aquele que herdara o nome do avô e que ele e a família moravam na casa também deixada como herança...

Na verdade... tudo fora deixado pelo pai da BRANCA, e que o boiadeiro que virara Barão ... e ... era casado com a filha do Genaro dono das terras e de tudo o mais.... é quem deixara realmente a herança.

VOLTEMOS A BRANCA...

Depois que nasceu o ZÉ,... o Barão deu pra desconfiar da coitada... Essa desconfiança , levava-o à loucura, cada dia ele ficava mais obsecado, quase idéia ...fixa...O que fazia com que BRANCA, sofresse muito, porque ela jurava inocência...

Em uma tarde, de nuvens carregadas... o barão , depois de tomar um pouco a mais de vinho, saí a cavalo... e toma mais um “cadinho de vin...”,como se diz por lá.

Ah!...meus leitores... “ No camim de vorta...” ...Meu DEUS!... Num é que o barão encontra o “tal”, que vinha montado.... E vinha lá das bandas das terras de GENARO...Nâo pensou duas vezes... Lançou mão de sua espingarda ... que tinha só o cano e o gatilho e sem pestanejar... atirou no pobre!!!

Mas, ainda não contente... arrastou o corpo para um galpão desativado, que tinha naquelas terras e retalhou o bicho...salgou-o e embalsamou-o....

Quando o bicho já estava curtido e esturicado... Colocou-o num caixão e levou-o para dentro de casa.

Diz a lenda ... que mesmo que a suspeita fosse só dele e que não adiantava os juramentos de inocência da pobre Branca...

Todos os dias ... , quando a casa se aquietava...O barão retirava o fulano que era uma múmia ressecada e horripilante... de dentro do caixão e o depositava ao lado da mulher na cama.... e isso foram muitos anos....

Depois saia do quanto... e ia dormir....”...em outros aposentos...”

TALVEZ.... seja por isso ,que tenham tido só o Zé de filho...

E que aquela senhora, houvesse encontrado refugio napintura... que ficasse retraída ou mesmo reclusa no ateliê... lá no porão...

È ...aí reside muitos segredos...

Porém, como poderemos “ouvidar “, sobre o que acontecera na verdade?

SE AQUELA “ CASA EM RUÍNAS”, ERA TAMBÉM CHEIA DE ESTÓRIAS....

Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 24/11/2008
Código do texto: T1301189