Caim e Abel / Frustrações e Desencantos / A verdade sobre Getúlio;

Do Livro MERA COINSCIDÊNCIA do autor Clotan

Páginas de 1 a 6

Caim e Abel

Todos nós sabemos que o nosso planeta passa por transformações e nós que somos habitantes desse planeta temos que sofrer as conseqüências dessas mudanças. O importante em tudo isso é mantermos as nossas vestes limpas e a nossa consciência descomprometida de quaisquer mutretas ou cambalachos. Acompanhe comigo e veja tudo que aconteceu entre Caim e Abel. Aqui a história é outra. Havia uma família na cidade de UTI que por muito tempo morou em São Paulo no bairro do Paraíso e como aquela família tinha o péssimo hábito de pegar dinheiro emprestado com os vizinhos e depois fingir que nada aconteceu, isso mesmo, eles pegavam e não pagavam, eram verdadeiros caloteiros, por isso foram expulsos. Ele era o senhor Adão Moreira Filisbino e ela era uma senhora com cara de 171, sua esposa, a dona Eva Gonçalves Filisbino. Foram morar na cidade de UTI, onde tiveram que mudar seus hábitos de comportamento social. Um ano depois tiveram dois filhos gêmeos que na pia batismal receberam os nomes de Caim e Abel. Os meninos cresceram juntos e quando a idade foi chegando, devido a grana curta do senhor Adão, os meninos se tornaram rapazes sem uma faculdade. Caim resolveu ser motorista de táxi para ajudar na renda dos pais, enquanto Abel só sabia jogar bola. Na cidade de UTI havia um time onde Abel foi aprovado como jogador. Ganhava um salário de R$ 2.500,00, dinheiro suficiente para guardar e ainda ajudar seus pais que lhe criaram com tanto sacrifício. Caim trabalhava a semana toda durante o dia e no final de semana fazia questão de ganhar o pão durante a madrugada. Abriu uma poupança e começou guardar dinheiro. Dizem que chegou acumular bastante dinheiro, não fosse aquele confisco do governo Collor que lhe tomou a sua poupança.

Abel embora não tivesse profissão nem estudo, já era mais atirado para o mundo da bebedeira. Abel, nas horas de folga do seu time onde jogava, fazia orgias com mulheres vulgares, mulheres de beira de estrada como ele mesmo falava. Caim criticava a atitude do irmão e aconselhava a procurar sair da bebedeira, aconselhava a se preparar para quando não pudesse mais jogar bola. Mas Abel era teimoso e batia o pé dizendo que quando parasse com o futebol só queria saber de mulheres e bebidas. Como a natureza tarda, mas não falha, Abel chegou a idade dos quarenta anos, tanto quanto seu irmão Caim que já se encontrava estabilizado na vida e com uma boa renda guardada para o futuro. Abel participando de uma bebedeira com algumas mulheres, passou um final de semana sem noção do tempo. A segunda feira já estava se aproximando e por volta das 4 horas da manhã, caía uma forte garoa onde Abel resolveu pegar um táxi para ir embora. Seu dinheiro já tinha acabado com tanta bebida que pagou para os outros e distribuiu dinheiro para a mulherada da noite. Aproximou-se da beira da estrada e avistando um táxi fez sinal.

Com a voz embaralhada de tanto beber, Abel solicitou ao motorista que o levasse até a cidade de UTI que ficava distante uns 50 quilômetros dali. Foi levado sim, foi levado e ao chegar à praça da cidade, saltou dizendo ao motorista que não pagaria a corrida porque seu dinheiro tinha acabado com as mulheres. O motorista ainda tentou ponderar e conversar com Abel, mas foi agredido pelo bêbado. Sem alternativa de defesa, o tal motorista sacou do seu revolver e disparou contra o peito de Abel que teve morte instantânea e fugiu para não ser preso em flagrante. Quando o dia amanheceu, toda a cidade já estava sabendo daquela morte e o aviso chegou à casa do senhor Adão e da dona Eva. Quando Caim ficou sabendo que um motorista de táxi tinha assassinado seu irmão Abel. Caim começou a rolar o pranto e disse em alta voz que ele teria matado seu irmão. Assumiu entregando-se a polícia da cidade de UTI. Assim foi consumado o fato do assassinato de Abel pelo seu próprio irmão Caim. Por isso, essa foi a verdadeira estória que eu me propus a contar sobre os irmãos gêmeos Caim e Abel. Eu me preocupei em lhe contar e contei nesse livro de contos do jeito que gosto de contar.

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Frustrações e desencantos

Eu tenho uma amiga dos tempos de faculdade, é a Carmozina que me contou um fato muito importante e eu transmito agora em forma de conto. Carmozina disse que era uma manhã chuvosa e como estava com pressa, pegou um taxi e pediu que o motorista lhe levasse direto para o aeroporto, pois tinha que pegar um avião às nove horas para o Rio de Janeiro. Contou que quando estavam rodando na faixa certa quando de repente um carro de cor cinza saiu de um estacionamento e entrou na frente do taxi onde ela viajava. Disse que de repente, o motorista do taxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro que vinha lhe cortando e foi por milagre que não houve um acidente pela imprudência do motorista daquele carro cinza que havia feito a loucura... Carmozina contou que o motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar alguns palavrões como se o motorista do táxi tivesse culpa.

Sabe o que o motorista do taxi fez? Apenas sorriu e acenou para o cara como se quisesse pedir-lhe desculpas e aquela atitude deixou a minha amiga passada, porque disse que se fosse ela ao volante, falaria umas boas para o cara dos palavrões... E disse que ele o fez bastante amigavelmente. Falou que ficou furiosa e perguntou ao motorista do táxi:

Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital ou mesmo para o cemitério... Esse cara é um louco... O tal motorista do táxi que era antigo na praça e já tinha a manha do trânsito de São Paulo, virou-se para Carmozina e lhe deu uma aula de humanidade, veja o que ele disse:

Senhora... Isso é o que eu chamo 'A Lei do Caminhão de Lixo’. Carmozina perguntou que lei era aquela que ela não conhecia...

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo, que andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva e de desapontamentos. Continuou dizendo: À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e às vezes descarregam sobre quem está por perto mesmo que não tenha nada a ver com a história da sua vida de frustrações e desencantos. Então, devemos tomar cuidado e não nos nivelar a essa gente que na verdade são verdadeiras pilhas de problemas quase sem soluções. Continuou o motorista do táxi: - Eu aprendi com minha avó que apenas devemos sorrir e deseje-lhes o bem pedir que vá em frente que Deus o leve em paz... Nós nunca devemos pegar o lixo dessas pessoas e espalhar sobre outras pessoas no nosso trabalho, na nossa casa, ou nas ruas. O princípio disso é que pessoas bem sucedidas e bem resolvidas não deixam os seus caminhões de lixo estragar o seu dia bem como o dia dos outros. A vida é muito curta para já se levantar com sentimentos ruins, assim... Ame as pessoas que lhe tratam bem e ore pelas que não o fazem. A vida é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe com reações brutais ou deselegantes...Carmozina disse que ficou surpresa com aquela aula de humanidade que aquele motorista lhe deu com a maior naturalidade. Chegou em Congonhas, pagou, saltou e desejou um ótimo dia de trabalho para o motorista do táxi que respondeu dizendo a ela para que nunca deixasse que caminhões de lixo pudessem sujar sua estrada bem como as dos que lhe cercam. Foi realmente uma lição linda e harmoniosa por parte daquele homem que ganha a vida dirigindo seu táxi há mais de vinte anos pelas ruas de São Paulo e sempre está de bem com a vida, sorrindo para todos os passageiros que transporta dia e noite pela terra da garoa que Deus criou. Eu fiquei surpreso, me despedi da amiga Carmozina e falei a ela que transformaria sua narrativa em um conto com o título frustrações e desencantos. Foi o que eu fiz, contando nesse meu livro de contos do jeito que gosto de contar. Por isso, seja feliz e cuidado com os caminhões de lixo que surgem pelo mundo afora todo instante. Tome cuidado fazendo a sua parte com muito amor e que Deus ilumine a sua estrada...

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A verdade sobre Getúlio

Getúlio Vargas nasceu na cidade de São Borja no estado do Rio Grande do Sul, no dia 19 de abril de 1882. Em 1928, tornou-se presidente (na época, não havia governador) do Rio Grande do Sul. Ali, começou a fazer mudanças que desenvolveram muito o Estado gaúcho. Mudanças que chamaram a atenção, a ponto de torná-lo em 1930, candidato à Presidência da República. Acontece que você vai conhecer nesse conto, toda a verdade sobre Getúlio, esse Getúlio que aqui estou transmitindo especialmente para os meus leitores que com certeza ficarão contentes. Esse Getúlio nasceu na cidade de UTI, era filho de um funcionário público com uma dentista. Foi criado estudando em bons colégios, mas nunca se destacou com um bom aluno. Getúlio repetiu a 3ª e a 4ª série do primeiro grau, sendo essa última repetida duas vezes consecutivas. Getúlio gostava mesmo era de jogar bola. Todos comentavam que era um autêntico driblador da ponta esquerda e logo que começou a despontar foi contratado por um time da cidade que apesar das pesquisas eu não consegui descobrir o nome do tal time que jogou Getúlio pela sua primeira vez. Mas tudo bem, o importante é que o rapaz foi um jogador renomado da região e ainda hoje na cidade de UTI, seu nome e relembrado pelas barbearias, salões de festas, filas de bancos e açougues da cidade. Não há quem não tenha conhecido Getúlio naquela cidade tão receptiva e acolhedora. Eu estive por lá com a Tânia e ficamos hospedados na casa de uma amiga por nome Ainat que é nascida e criada naquele lugar. Eu fiquei sabendo que Getúlio sempre que fazia um gol tirava a camisa e saía jogando beijos para a galera. Só que se fosse com o futebol de hoje em dia, com certeza receberia um cartão amarelo e como fazia mais de um gol por partida, no segundo já receberia o vermelho. Getúlio era um jogador que cativava a torcida e quando não jogava a sua ausência era notada por todos. Tinha um grupo de torcedoras e todas elas se vestiam com a camisa do time e com o número onze e o nome de Getúlio, claro, porque ele era o dono da camisa 11 daquele esquadrão de futebol. Getúlio quando não estava jogando era tímido e ficava sem graça quando era assediado pela imprensa. Nas minhas pesquisas eu consegui também ficar informado que Getúlio não tinha curso superior e que parou de estudar aos 16 anos de idade. Falava pouco e jogava muito. A pesquisa que eu fiz durante uns dois anos sobre a vida de Getúlio foi precisa e andei por vários órgãos da cidade inclusive órgãos governamentais. Tudo que eu lhe trouxe nesse conto sobre Getúlio foi feito com as pesquisas que me propus a trazer e lhe contar detalhadamente a verdade sobre Getúlio. Então, como eu fiquei sabendo e agora você também já sabe, Getúlio foi ponta esquerda e não centro avante como muitos pensavam e até pensam. Eu, pessoalmente entrevistei algumas pessoas antigas da cidade e todas disseram ter conhecido pessoalmente Getúlio e que a verdade sobre sua vida tinha que ser contada para não confundir a cabeça de alguém interessado no assunto. Ao terminar a minha pesquisa ainda consultei um jornal da cidade e tudo foi checado detalhadamente para que eu não cometesse algum tipo de equívoco ou algum deslize dentro do assunto e da minha proposta de mostrar aos meus leitores, exatamente a verdade sobre Getúlio. Fiquei sabendo por final que o primeiro salário do tão controvertido jogador de futebol Getúlio foi R$ 1.500,00 no time chamado Brasil de UTI, sendo bem mais tarde transferido para um time de outra cidade com o salário de R$ 4.500,00. Aos trinta anos de idade, Getúlio já tinha marcado 900 gols e encerrou aos 40 anos com a marca de 959 gols oficiais. Getúlio deixou saudade quando morreu aos 49 anos prematuramente, vítima de um tiro no peito quando viajava por uma estrada deserta. Foi assaltado e os ladrões levaram todos os seus pertences. Levaram seu carro que depois apreendido pela polícia, é museu na principal praça da cidade natalina de Getúlio. Aqui fica registrado em forma de conto, a verdade sobre Getúlio para que de uma vez por todas fique esclarecido. Eu contei em forma de conto nesse livro de contos do jeito que gosto de contar.

CLOTAN

Clotan
Enviado por Clotan em 21/07/2010
Código do texto: T2390935
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