A estória de Noé

A estória de Noé

O mundo contemporâneo vive momentos que nos trazem medo, nos fazendo pensar e a ter mais respeito pela natureza. Os desastres ambientais, como o efeito estufa, tsunami, o desaparecimento das geleiras, a degradação do solo provocando alterações climáticas, o comprometimento da vida humana e por aí vai... Tudo isso nos deixa pasmos a refletir o que ainda estará por vir ou quem sabe já está chegando a hora. Mas que hora?

Bem, o melhor mesmo é mudar de assunto e eu aproveito para falar de uma figura inusitada que conheci quando trabalhei numa estatal no Rio de Janeiro. Lá eu conheci um senhor que se converteu e dizem que só passou a ser evangélico depois de ter cometido um crime contra um cobrador de ônibus. O nome de batismo daquele senhor era Noé, que trabalhou a vida toda na tal empresa e quando se aposentou foi morar na cidade de UTI, uma bela cidade do interior. O senhor Noé era um homem de alma bondosa e eu fiquei sabendo que um dia caiu uma forte chuva naquela cidade que resultou no alagamento de quase toda cidade e como o senhor Noé morava em um morro, o lugar mais alto da cidade e tinha uma casa bem grande, acomodou muita gente livrando então da tal enchente que inundou a cidade por completo.

Todos sabiam da generosidade daquele velho homem e logo que a chuva começou a inundar muita gente tratou de ir até a casa do senhor Noé que carinhosamente acolhia um por um. Nem o prefeito, nem o governador do estado, ninguém, literalmente ninguém fez tanto bem para o semelhante quanto ao senhor Noé.

As comunidades carentes gostavam do homem, a população utiana era de comum acordo que o senhor Noé só podia ser um enviado de Deus, porque fazia o bem sem olhar a quem. Depois que o seu casarão ficou completamente lotado, o senhor Noé fez questão de ler umas passagens da Bíblia Sagrada, onde leu em voz alta que dizia num trecho bíblico: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Era exatamente nisso que ele se apegava e tratava de fazer o bem a todo aquele que lhe procurasse. Num determinado momento, uma famosa emissora de televisão foi até a cidade de UTI fez uma entrevista com o senhor Noé e em um momento da entrevista lhe foi perguntado o que ele entendia de arca. O homem que era humilde respondeu que só conhecia arco e flecha; Disse que de arca não entendia nada. Só que aquilo não importava para ninguém. Todos eram de acordo que o senhor Noé poderia ser consagrado e que na principal Praça da cidade poderia haver uma estátua com seu busto. O senhor Noé disse que não precisava e que aquilo que tinha feito pelos necessitados, apenas estava cumprindo a lei divina que determinava uns ajudar os outros e nada mais. A lição de humildade e fraternidade que o senhor Noé conseguia dar era impressionante. A verdade é que foi construído um busto do senhor Noé em homenagem a tudo que ele fez pelo povo de UTI. A grande casa do senhor Noé continuava lotada enquanto as águas viessem baixar os níveis. Aquilo durou muito tempo e além de ajudar com as acomodações, o senhor Noé ainda lhes dava o que comer e beber para que ninguém morresse de fome, já que tinham perdido tudo ou quase tudo com a chuva que praticamente destruiu a cidade de UTI. Ao passar todo o perigo eu estive na cidade e fiquei sabendo. Pude assistir inclusive alguns vídeos que foram gravados no momento da destruidora enchente. O tempo passou e tudo se normalizou naquela linda cidade interiorana. Fui até a casa do senhor Noé e lhe parabenizei pela solidariedade que teve com a população utiana, fiz questão de dizer-lhe que me sentia feliz por ser seu conhecido, prometendo que contaria tudo em forma de conto. Foi exatamente o que acabei de fazer. Contei tudo nesse conto do jeito que gosto de contar.

**********************************

Do Livro MERA COINCIDÊNCIA do autor Clotan,

Páginas 36 e 37.

Livro que pode ser adquirido pelo e-mail

clotan25@hotmail.com

**********************************

Clotan
Enviado por Clotan em 21/07/2010
Código do texto: T2391082
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.