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Já na segunda vez que nos encontramos, na quinta, ela, manequim tipo vitrine de loja, me balançou. Seus peitos me olhavam fixamente.

- Assim não posso me concentrar na direção. Por favor guarde pelo menos dois dos três.

- Tudo bem - disse ela, porém guardou apenas um deles (o maior) na bolsa.

Saltamos do carro e a cerca da calçada. Ela hesitou, assim como Jesus, na hora de atravessar a rua.

Quis dar então uns beijos nela.

- São antigos, perderam a validade, não aceito.

- Mas eu estou te dando e não vendendo.

- Vou me queixar ao Procom!

Como é burrinha, pensei eu alisando a sua crina.

O bar estava com lotação esgotada desde a semana passada. Então, mais do que depressa, armei a minha cama portátil, que sempre trago para estas ocasiões especiais.

- Garçom, me traz uma dose para elefante, em sentido figurado, é claro, inclusive chopp.

- Não! Chopp só claro! Independentemente se está claro ou escuro.

O garçom deu meia volta.

- Nada disso, nada disso, só aceito volta inteira e cama, você sabe, só entre quatro paredes.

- Quatro não dá para arrumar, mas três eu posso conseguir, disse o garçom.

Emprensada na parede, ficou desarmada como a cama estava. Concordou com a cabeça; tronco e membros ficaram na dúvida. Na dúvida, decidi eu.

- Crie fama e deite-se na cama, ora! Nada mais apropriado para a ocasião.

- Ok! Você trouxe repórteres?

- Mais ou menos.

- Roupa de cama e travesseiros?

- Sim, não são novos, mas estão limpos.

- Ah! Então nada feito!

Desce o pano