GASPAR E A LÂMPADA

GASPAR E A LÂMPADA

Não vou me alongar em explicações, mas o fato é que um dia, por acaso, me veio às mãos na praia, uma lâmpada que, ao ser esfregada, liberou uma espécie de gênio. Entre outros predicados, Gaspar - este era o seu nome - se apresentou como sendo grande entendedor de mulheres.

Mas não estava ali para fazer milagres, apenas se propôs a apontar e a facilitar a abordagem a mulheres que, segundo ele, tinham excelente desempenho sexual. Mariana, Celeste e Kiki foram as suas indicações, principalmente a última, Kiki. Eram fogosas ao extremo, um verdadeiro vulcão na cama, segundo ele...

Sem pestanejar, para dispor de tempo livre, rompi com a Carminha e, após um mês, através dos poderes do Gaspar, facilmente consegui as três, mas me ficou uma certa decepção. As preferências sexuais delas eram totalmente diferentes das minhas e o desempenho na hora do "vamos ver" uma tristeza. Foi o maior tiro n' água, três tiros n' água, para ser mais exato. Constatei que eram fora de ritmo, desajeitadas, confusas, com falta de ar e uma até tinha tendências impublicáveis.

Não comentei nada com Gaspar - a partir daí, para mim, já não tão gênio, e fiquei aguardando a demonstração dos tais outros predicados, que ele disse ter quando veio morar comigo.

Ontem ele me falou que queria me dar umas orientações em política.

Como antevejo nele uma certa tendência alternativo-progressista e como já percebi o seu jeitão "dilmico" ou "dilmoso" - prepotente e autoritário, não pretendo discutir este assunto com ele.

Hoje à noite, sem falta, quando Gaspar se recolher - ele só dorme dentro da lâmpada - devolvo a lâmpada ao mar e telefono para a Carminha, que não está nem aí para política e que faz mais o meu gênero de mulher, sexualmente falando - uma daquelas três não raspava nem as pernas nem debaixo dos braços, outra tinha umas tatuagens, eu hein...este Gaspar me botou em cada uma ...