Como surgiu o amor...

Havia uma floresta onde viviam de forma harmônica todas as raças, inclusive todas as crituras e os Deuses do olimpo vinham visitar diariamente.

Certo dia uma borboleta grávida de Eros deu a luz a uma menina, nasceu bela, adorável e romântica, mas às vezes seus sentimentos causavam dor, por sentir tudo tão intenso...amava muito e sofria intensamente. Era a poesia...

Poesia subiu em árvores, brincou com faunos, ninfas e toda a sorte de gente que encontrava pela frente. Seu coração era azul, suas asas também.

Afrodite, era a sua madrinha e mentora, sempre falando do amar, da paixão... Seu pai lhe dizia que o desejo dominava e deixava dominar...

Sua mãe lhe ensinava a voar.

Ceto dia, já mocinha, resolveu ver seu avô, o deus dos deuses, Zeus. Chegou acabrunhada, tímida e com medo...Zeus vendo aquela mocinha murchinha logo riu e disse:

- Ora, ora o que temos aqui? Poesia? O que faz por aqui? Veio ver o velho mandão?

Poesia quase desmaiou, porque foi exatamente o que disse em casa antes de sair, que estaria indo visitar o velho mandão...

Então Zeus diante do olhar aflito de poesia, ri alto, e ela vê que é tudo uma brincadeira...

- Vovô, vim falar contigo, me disseram que eu nunca poderei me casar, porque a poesia tem que falar de solidão também, e aqui está em falta de alguém que possa sofre de forma lírica...

- Adorável mocinha, tens que sentir todos sentimentos, inclusive a dor, a solidão, infelizmente cada um de nós tem uma função, a minha é ser mandão...rsrs. Querida, é inevitável todas as agruras que sentirá vida a fora, mas te garanto, haverá teu prêmio, um amor eterno como tú que é a poesia do mundo. E ele virá dos céus que é onde tuas asas a levarão no momento oportuno. Do mais à mais, sempre voarás antes dele e depois com ele...

E assim Poesia saiu do gabinete de Zeus, e foi viver sua vida, chorar suas dores, rir sua alegrias, ficar sozinha em sua solidão.

Sentiu toda a sorte de sentimentos, se escravizou por alguns, se alforriou de outros tantos...

Mas um dia, chegou até ela a notícia, que um príncipe estaria vindo ao seu encontro... acreditou nos leprechauns, estava tão apaixonada nesta época que nem se lembrou do que Zeus disse, que seu amor estaria nos céus.

Chegou um cavalo lindo e branco, e como era comum pessoas e criaturas se relacionarem, acreditou que era seu prometido e casou-se. Foi mais infeliz do que sequer poderia imaginar. O cavalo, era um cavalo literalmente, a tratava mal, humilhava, prendia e cortava suas asinhas.

Zeus a chamou e disse:

- Poesia, eu te disse que teu amor chegaria um dia, mas a pressa te fez pagar alto preço. Estava cindo um príncipe pra ti, porém nem mesmo ele era o te prometido. No caminho da floresta ele ficou preso nos galhos e você realmente se casou com o cavalo dele...

Mass, te darei nova oportunidade. Chore todas as lágrimas, e mantenha sua esperança viva. Dar-te-ei meu perdão pela desobediência de ter se casado sem minhas bençãos. E quando chegar a hora, o teu prometido virá, e se encontrarão nos céus, próximo ao Olimpo.

Assim foi a Poesia, saiu de lá triste e feliz...Zeus se incumbiu de tirar de sua vida o Cavalo, e ela sofreu, teve suas angústias quando o vazio estava intransponível...

Nasceu um dia diferente, com cheiros de frutas e flores...

A Floresta estava em puro encantamento...música, dança, brilho...

Era dia e a estrelas estavam andando d eum lado para o outro comentando que haviam visto algo nos céus...

Um homem-ave, a águia da ressurreição...o Senhor dos Céus...

Poesia acordou sob essa maravilha de energia, todos se preparando porque Zeus disse que haveria inserção. Inserção é quando Zeus pegava duas almas, as juntavam e as dividia novamente em dois corpos.

Quando Poesia deu por si, já estava sendo banhada e untada com óleos aromáticos especiais, lá fora, na floresta uma balbúrdia, euforia pura. Um ser da floresta iria se unir a um ser dos céus.

Zeus em seu manto favorito, andava de um lado ao outro dando instruções, exigindo capricho.

Poesia veio ao seu encontro e diz:

_ Vovô estou pronta, será que já não estou velha para casar-me? Poderei ter filhos? Por estas idas Poesia já tinha mais de 40 anos d idade, no tempo terrestre.

_ Por quem me toma minha adorada neta? Terás tudo, marido e filhos, o tempo dos homens não é o tempo de Zeus.

Soaram-se os clarins, rufaram os tambores, todas as fadas e ninfas começaram a cantar uma música belíssima...

Os céus tornaram-se vermelho, laranja e ocre...E ele pousou, perto dela, da Poesia.

A atração foi violenta e mútua, não conseguiram tirar os olhos um do outro, Zeus juntou as mãos de ambos, que tremiam.

Sem que nada se falassem se beijaram, e toda floresta do encanto ficou fascinada. Todos suspiraram, porque o fim da tristeza de Poesia havia chegado, ela agora poderia sonhar, viver e amar.

Ainda segurando sua mão, a águia levou aos céus, ela nem sequer usou suas asas azuis, no alto dançaram por sete dias e sete noites, pelas nuvens e pelas estrelas.

Zeus os chamou de volta e setenciou:

_ São vocês almas gêmeas, prometidas há séculos, já se enamorarm várias vezes, e não deu certo porque a inveja e a maldade dos homens não permitiram que fossem felizes e ficassem juntos. Vocês eram humanos.

Mas agora vocês são semi-deuses, possuem o sentimento humano e o coração de deuses, eu os sentencio a se amarem pela eternidade e não se afastarem nunca mais.

Casaram-se...tiveram gêmeos... Marcus e Tulius... Estão se amando...

O juramento que fizeram foi simples,

Ambos se olharam e disseram...

PARA SEMPRE NOS CÉUS E NA TERRA.

Beijaram-se e beijam-se até hoje, agora por exemplo, beijam-se...

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 30/03/2011
Código do texto: T2880351
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