A despedida
     Ele se despediu repentinamente como se não tivesse havido aquele final de semana tão significativo para eles. Ela estranhou, mas não lhe pediu explicações, pois fora tudo tão fantástico que talvez sua imaginação estivesse delirando e vagassem seus pensamentos ao encontro de explicações que não se encaixavam para aquele momento.
     A música suave era ouvida ao longe e seus ouvidos percebiam e conheciam os acordes daquela página maravilhosa.  Mas ele não estava ali acompanhando-a e enlaçando-a em seus braços, como de costume. A mesa estava posta, os cristais cintilavam esplendorosamente, mais que o brilho de seu olhar. E ele não era visto nem percebido por seus sentidos já enfraquecidos pela espera. Seu coração se acelerava mais, cada vez que mergulhava naquela dor tão irrequieta e incomodativa. Por que a despedida? Por que esta desafinação quando as promessas foram feitas com a mais terna paixão? Já percebia o egoísmo abraçando aquele encontro tão comovente para ela. Os anos volveriam e aquele  final de semana jamais seria esquecido. Ele teceu a ilusão, mas ela viveu a paixão
    Caminhou agora abatida, procurando entender a existência do amante e de sua fuga.
     Chora, esfrega os olhos e repentinamente um clarão a desperta, incomodando sua visão e mostrando o verdadeiro mundo lá fora. 
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 06/06/2011
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