Transcendendo Vidas (Partes 6 e 7)

Pensamentos Negativos – Fevereiro de 1915 a Abril de 1915

Como continuar vivendo agora que parte de si não mais vivia? Como ser completa se uma parte de si havia se perdido nas profundezas do esquecimento. Agora que seu amado havia morrido? Susie sabia que nunca mais seria feliz novamente, pois para ela, felicidade significa Edmond. E se ela não tinha Edmond, não tinha felicidade.

Cada dia que se passava era mais difícil de enfrentar. Cada dia era mais longo e as noites pareciam intermináveis. Susie não conseguia comer ou fazer qualquer outra coisa. Parou de ir aos jantares de família, de ir aos bailes, de sair com os amigos. Só queria ficar em casa, sozinha, pensando em como aguentaria viver sem Edmond. Só conseguia ficar lendo e relendo as palavras de Edmond, como se por algum milagre elas o fossem trazer de volta para ela. Mas como isso era impossível, a vida a foi consumindo.

Susie não falava com ninguém, mas certo dia, quando seu primo Claude Monet apareceu para uma visita especial para ela, ela abriu uma exceção, sendo ele o único em que ela sabia que podia ouvir belas palavras.

- Mon cher, ce qui ne va pas avec votre pauvre cœur? – ele perguntou, querendo saber o que se passava com o pobre coração dela.

- Mon cousin, como posso viver sem Edmond comigo? Sou incapaz de ser feliz outra vez sem ele. – ela falou, com pausas longas entre cada palavra.

- Mon cher, você tem que tentar superar esta fase de sua vida.

- Mon cousin, achei que você seria capaz de me entender. Por isso permiti que entrasse aqui. – ela falou.

- Désolé mon cher. Tens razão. Eu te entendo e não vou culpa-la por qualquer coisa que decidas fazer. Talvez realmente vocês ainda continuem a história de vocês um dia. – ele falou e a abraçou. Era dia 23 de março o dia em que Monet foi visitar a jovem prima. Em 04 de abril daquele triste ano, Susie veio a falecer, dormindo.

•••

Era a primeira vez que Aaron assistiria a uma aula de Eloise. Isso a apavorava. Tinha que dar tudo certo, se não ela morreria de vergonha. Seus alunos haviam construído uma tenda no pátio, uma enorme tenda, com um quadro para cada aluno. Cada um tinha como referencial um artista, e cada um pegou o melhor quadro desse artista e tentou representar em uma tela. Émile havia mesmo feito uma imitação do quadro de Monet, e Eloise começara a sentir seu rosto formigar e seus olhos encherem de lagrimas. Não queria chorar ali, não agora que acabara de ver Aaron passar pelo portão. A garota deu as costas a seu amado e esfregou, de leve, o dedo nos olhos, tentando não os deixar vermelhos. Colocou um sorriso no rosto e virou-se novamente.

- Olá, cheri! – Cumprimentou-a, seguindo de um beijo apaixonado. Eloise e ele ficaram de mãos dadas, enquanto assistiam as apresentações. Finalmente a tão esperada apresentação ocorreu. Émile tremia, enquanto tinha em suas mãos um pequeno papel. Ao olhar para Eloise, ganhou da mesma um sorriso de confiança, como se fosse algo que ela precisasse muito naquele momento, o estopim para que sua apresentação se iniciasse. A jovem amassou o pequeno papel, fez um breve gargarejo e iniciou sua fala.

- Bom, acho que perceberam que a tela feita por mim é uma imitação do Regata em Argenteuil. E é obvio que eu nem mesmo pretendo chegar aos pés de Monet, já que isso não é possível. Ele fora um grande pintor e, por mais esforço que possa ser feito, ninguém chega nem perto de ser melhor que ele. Enfim, ao olhar essa imagem, muitos, sem classe nem cultura, diriam que são simples embarcações. Já eu acho, não, vejo, que essas regatas são uma fuga, para que você possa embarcar em uma delas ao encontro de sua felicidade. – Disse esse final, olhando diretamente para Eloise, como se dissesse especialmente para ela. Eloise sentiu novamente as lagrimas querendo sair, mas dessa vez, a mão de Aaron apertou a dela bem forte, como se entendesse o que ela estava a sentir.

Os dois estavam caminhando na rua, após a apresentação. Eloise estava tão calada. Não tirava de sua cabeça as doces palavras de sua aluna, sobre o quadro de Monet. Será que ela queria dar a entender que Eloise precisava embarcar em sua regata e ser feliz ao lado de Aaron. Mas o que seria realmente a sua regata? Seria ela um casamento?

Aaron a olhava agora, a cada passo que ela dava, ele a olhava. Parecia estar a estuda-la, tentando entender o que estava a correr em sua mente tão brilhante.

- Me pergunte, Aaron, o que estou pensando – Disse ela, tentando acabar com a agonia de seu amado.

- E o que é? – Teve coragem de, finalmente, dizer.

Eloise olhou para o chão, antes de parar e responder. Ela duvidava do que realmente devia dizer. Não queria que ele a chamasse de louca.

- Eu não sei – Disse ela. Suas lagrimas finalmente estavam livres. Aaron a tomou nos braços e ficava sussurrando em seu ouvido que estava tudo bem ela chorar em sua frente. Não fazia dela uma idiota muito menos uma chorona, fazia dela humana. Eloise apertou os braços dele, como se não quisesse sair dali nunca mais.

- Escuta...- Parou e refletiu em suas palavras. – Eu sei exatamente o que você sentiu... Sobre o quadro. Foi como se estivesse tendo um dejavú.

Eloise afastou-se. Como ele podia saber o que se passava dentro dela. Será que ele sentia o mesmo que ela?

- As vezes você me assusta – Diz ela. Estava loucamente apaixonada por ele, mas queria entender o que havia entre eles, coisa que era muito confusa.

Angelique estava sentada confortavelmente ao sofá. Tinha as pernas em cima de uma mesa de centro, perto do sofá. Seus pés estavam visivelmente doloridos, mas nada disso importava, contanto que ela pudesse acariciar sua própria barriga e dizer palavras carinhosas.

- Eu já te amo tanto, filha – Dizia, quando Eloise entrou em casa. Ela fica parada na porta, olhando aquela mãe tão carinhosa com seu filho que ainda nem existia no mundo. Olhando-a assim, tão vulnerável, Eloise se perguntava por que perdera tanto tempo odiando-a. – Eloise, meu anjo, venha sentir sua irmãzinha.

Eloise já não sentia mais aquele impulso de magoar Angelique, na verdade, ela adoraria juntar-se a madrasta. Sentou-se ao lado de Angelique, para sentir suas quentes mãos segurarem a dela e colocando-as em cima de sua barriga.

- É pequena ainda, mas eu me sinto tanto amor por ela, Eloise. Você consegue entender isso? – Perguntou. Era claro que Eloise entendia, mas preferiu dar apenas um sorriso de compreensão. – Seu pai estava arrumando o quarto que foi de sua mãe e encontrou umas coisas... Deixei-as no seu quarto. – Avisou.

Eloise não perdeu tempo e correu para o quarto. Quando sua mãe faleceu, Antoine trancou o quarto onde dormiam com as coisas dela dentro. Nunca achou que seu pai um dia superaria o suficiente para reabrir aquela porta. Enganou-se.

Havia, em seu quarto, um baú encostado ao pé da cama e uma chave em cima do travesseiro quando entrou. Pegou a chave, sentou-se ao chão e respirou bem fundo antes de abri-lo, espirrando graças ao pó de tanto tempo sem ser mexido. Sentira seu rosto um tanto úmido, que só agora percebia estar chorando.

A primeira coisa que encontrou foi um álbum de fotografia, com o desenho de um bebê na capa e o titulo escrito “ minha infância” em francês. Mas, apesar de ser para um bebê, também haviam fotos do casamento. Sua mãe deve ter pensado que deveria colocar desde o inicio, quando Eloise nem sequer planejava nascer. Ela estava tão linda com um vestido tomara que caia longo, marcado na cintura e com bordas peroladas, e tinha também uma tiara em seus longos cabelos cacheados. Parecia mesmo uma princesa. E seu pai, tão elegante, como sempre, naquele fraque preto, que a lembrava um lorde. Outra coisa que também chamava a atenção dela a seu pai nas fotos era o fato dele parecer muito mais feliz nelas do que agora, pessoalmente. Antoine deve tê-la amado tanto e sua morte deve ter sido como se uma parte dele estivesse morta também. Apesar de Aaron ainda estar vivo, Eloise conhecia bem a sensação de se perder aquele que se ama.

Assim que virou a pagina, sentiu seu coração diminuir, como se alguém o esmagasse com as mãos. Sua mãe havia organizados fotos desde o primeiro mês de gravidez até o sétimo, já que ela nasceu antes do tempo. Sua mãe costumava dizer que nem na hora de nascer ela teve paciência para esperar. E em cada fotografia, de cada mês, Eloise percebeu que sua mãe tinha em suas mãos uma boneca de pano. Era loira e usava um vestidinho azul claro, segurando um coração em sua mão esquerda. A ultima vez que Eloise viu aquela boneca, foi quando recebeu a noticia da morte de sua mãe, e jogou a boneca contra a parede, mandando seu pai jogá-la no lixo, mas, ao contrario disso, ele a guardou e esperou a dor amenizar para devolve-la. Eloise levanta do chão, vai até o armário e, na parte de cima, pega o embrulho onde a boneca esta bem conservada numa sacola de plástico. Ela volta a sentar-se perto do baú, com a boneca em seu colo. Além do álbum, havia também uma caixa de jóias, seu vestido de batizado, sua primeira chupeta... Tudo aquilo trazia tantas lembranças a Eloise.

- Tudo bem ai? – Disse Angelique, na porta. Eloise não havia a percebido ali, até agora.

- Me sinto como se estivesse me afogando em lembranças. Você pode ficar aqui comigo? – Pediu. O olhar de sua madrasta era de surpresa, mas uma surpresa boa. Angelique juntou-se a ela no chão.

- Sua mãe era de ler? Achei um livro. Reencarnação. – Disse ela o nome do livro. Esse assunto em particular, ultimamente, causava arrepios em Eloise.

- Reencarnação? É serio? – Olhou por ela mesma, confirmando que era mesmo esse o titulo do livro. Uma pagina do livro cai de volta no baú, e Angelique o pega.

- Não fui eu. – Ela vira a parte escrita em sua direção. – Nossa! Quando vocês tiraram essa foto? – Perguntou. Eloise pega a foto da mão dela e se vê, ao lado de Aaron, só que com roupas de outro século e penteados estranhos e horríveis.

- Nós não tiramos! Que estranho! – Disse. Para seu espanto, ela e Angelique perceberam outra coisa além da foto. A legenda abaixo dizia:

- Susie e Edmund? Você tem que descobrir quem são, Eloise – Angelique constatou.

- Não, Angelique! Tenho que descobrir se eu e Aaron somos reencarnação desse casal. – Disse, lembrando do titulo do livro onde a foto estava.

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Enterro

Claude Monet descobriu, junto com a notícia da morte de Susie, que a jovem prima gostaria que ele falasse as palavras de despedida dela. A prima simplesmente o amava e por isso ele não negou tal pedido e preparou um pequeno discuro.

O cemitério escolhido foi o Cimetière du Pére-Lachaise, o maior cemitério de Paris, um dos mais famosos do mundo. Grande, com suas lápides góticas, de anjos, de Marias e santos, além dos mausoléus de família. O da família de Susie era bem grande, um dos mais caros do local, e lá seu corpo seria depositado.

Sua família toda estava lá para o enterro e um cerimonialista do governo falou as palavras de praxe. Depois foi a vez de Monet de fazer seu discurso – discurso o qual fez a mãe de Susie chorar e se arrepender de não ter sido mais compreensiva com o namoro da filha.

- C'est avec une grande tristesse que, aujourd'hui, je dis adieu à mon jeune cousin. J'ai vraiment aimée parce que sa voie était captivant et, en dépit de la parenté à distance a toujours vu en elle pour être un peu de moi. Susie m'a demandé de faire ses adieux et j'ai donc préparé un petit discours à sa mémoire.

Susie était un homme très dévoué jeune et la vie vécue avec beaucoup de plaisir et quelques mois avant ses derniers moments de la vie, elle m'a révélé que croyait votre amour avec le jeune garçon Edmond serait pour toujours et que l'amour transcende la vie de deux . Elle croyait qu'elle serait un jour en mesure de revivre l'amour avec lui s'il interrompu. J'ai douté au moment d'une telle foi, mais avant de mourir, Susie répété avec l'accent que l'amour deux serait de vivre éternellement. Je dois dire que la conviction dans ses paroles m'ont fait changer d'avis et je suis d'enracinement sincèrement pour qu'un jour elle et Edmond revivre l'amour qu'une fois rendus heureux.

Au revoir cher Susie, que son âme repose en paix à côté de l'Edmond et vous êtes heureux à nouveau. – Monet falou, emocionando a todos. E enfim, Susie foi enterrada, para descansar em paz, mas ainda à espera de reviver seu amor com Edmond.

P.S.: (É com grande pesar que hoje me despeço de minha jovem prima. Eu realmente gostava dela, pois seu jeito era cativante e, apesar da distância de parentesco, sempre vi em seu ser um pouco de mim. Susie me pediu que fizesse a sua despedida e por isso preparei um pequeno discurso em sua memória.

Susie era uma jovem muito dedicada à vida e a vivia com grande prazer e poucos meses antes de seus últimos momentos de vida, ela revelou-me que acreditava que seu amor com o jovem rapaz Edmond seria para sempre e que o amor dos dois transcenderia as vidas. Ela acreditava que seria, um dia, capaz de reviver o amor com ele, caso ele se interrompesse. Na ocasião eu duvidei de tamanha fé, mas antes de morrer, Susie repetiu com ênfase que o amor dois viveria para sempre. Devo dizer que a convicção em suas palavras me fez mudar de opinião e que eu torço, sinceramente, para que um dia ela e Edmond revivam o amor que um dia os fez felizes.

Adeus querida Susie, que a sua alma descanse em paz, ao lado da de Edmond e que vocês sejam felizes novamente.)

•••

Eloise entendia que seu amor por Aaron era imortal, mas falar em amor que vai além de uma só vida é um pouco de exagero. Uma garota descrente como ela teria uma imensa dificuldade para aceitar uma coisa dessas. Era informação demais. Reencarnação da Susie? Eloise estava começando a achar que estava perdendo a razão...

- Eloise! – Angelique bateu em sua porta.

- Sim! – Respondeu. Estava saindo do closet em um vestido acinzentado e com um salto preto. – Como estou?

- Belíssima. Bom, só vim avisar-te que Aaron esta a sua espera. Além disso, queria dar-te algo. – Disse, esticando a mão que continha um envelope pardo.

- O que tem aqui? – Disse, com tom de curiosidade.

- Respostas. Só abra quando estiver preparada para mostrar ao Aaron. – Angelique deixou-a a sós com seus pensamentos. Só podia ser algo sobre Susie e Edmund. Ela resolveu não abri-lo. Colocou-o na bolsa e partiu.

O casal encontrou-se com Marie e seu noivo americano, Declan, na festa de aniversário de uma amiga de Marie. Enquanto Declan mostrava uma dança a Aaron, Marie e Eloise riam e conversavam.

- Isso é dança? – Eloise zombava de tal performance.

- Americana. – As duas riram da cena – E a gravidez de Angelique?

- Elas estão indo bem, graças a Deus, mas Marie, eu queria saber se você acredita em reencarnação? – Perguntou. Eloise se sentia como se tudo o que estava acontecendo zombasse dela internamente, por ser tão difícil de aceitar.

- Bom, acredito que essa não é a nossa primeira vida. Quando morremos, temos que ir para algum lugar – Explicou seu ponto de vista.

- Então você não acredita que Deus, ou o céu existe? – Insistiu ela.

- Acredito que o céu é para pessoas especiais, escolhidas por Deus, mas aqueles que não são escolhidos continuam na terra, vivendo até um dia, finalmente, se tornarem escolhidas. Mas por que esse assunto? – Perguntou Marie.

- Por nada não. É um tema de trabalho na escola que eu dou aula. – Não queria dividir isso com ninguém ainda. Pelo menos não até por sua cabeça no lugar.

Enquanto Aaron a levava para casa, percebeu o quanto a mente de Eloise estava levando-a para longe dele. Ela não conseguia tirar a foto da cabeça e sentia como se estivesse a ponto de desaparecer.

- Esta tudo bem, cherry? - Perguntou ele. Os cabelos de Eloise voavam junto ao vento que batia por ele estar pilotando sua moto.

- Eu sei que nosso amor vai além de qualquer coisa que conheço, Aaron. É nisso que estou a pensar agora – Respondeu ela. Não quis mais continuar aquele assunto. Talvez ele não precisasse saber o que ela sabia. Talvez só o amor dos dois importasse...

Chegou em casa e mal se despediu dele. Aquilo estava começando a incomodá-lo. Podia ler no rosto dela que havia alguma coisa acontecendo, mas ela não se abria e sua angustia estava entre os dois. – Ele sentia. Precisava fazer algo para salvar o amor que existia entre ambos.

- Amor, sei que você disse que esta tudo bem, mas essa sua angustia esta nos afetando. Sabes o quanto te amo e tudo o que faria por ti, não sabe? Então por que não é capaz de abrir-se comigo? – Perguntou. Estava disposto a não deixá-la escapar até que o respondesse.

- Esta mesmo disposto a saber o que esta se passando comigo? É algo que talvez você não suporte e até pode se afastar de mim, tentando não cometer o mesmo erro duas vezes, ou pode me amar até mais intensamente do que antes, pelo fato de já ter acontecido antes. Eu não sei bem como explicar as conseqüências... – Estava ela a explicar. Podia estar exagerando, devido ao desespero que estava transbordando de seu peito.

- Você sabe que o nosso amor é capaz de resistir a qualquer coisa, por pior que seja. Basta você me dá a mão e me ouvir quando eu disser que ta tudo bem e vai estar. Você tem apenas que me amar e deixar que eu cuide do resto, por que eu sempre vou cuidar de você – Tranqüilizou-a da melhor forma que pode. As mãos de Eloise tremiam enquanto tiravam o envelope da bolsa. – O que é isso?

- O motivo de meu medo e aflição. Prometeu que nosso amor é capaz de resistir a tudo, então espero que isso esteja incluído, seja lá o que isso for – Disse ela.

Ele abria o envelope lentamente, como se fosse uma daquelas cenas de tensão nos filmes, quando você nunca sabe o que esta por detrás daquela porta. Seus olhos começaram a acompanhar as linhas do texto que havia no papel que estava dentro do envelope. Sua cabeça levantou-se lentamente, para encará-la. – Então?

- Cara, esse Edmond ficou igual a mim. Como você fez isso? – Perguntou animado, pensando que talvez fosse uma montagem ou algo do tipo. Decepção tomou conta do olhar de Eloise. Ele não havia entendido nada do qu ela queria dizer.

- Pare de sorrir. Isto não é uma montagem, Aaron. Esse ai é você, há muitos aons atras. Você é a reencarnação dele - Eloise finalmente revelou. Aaron não parecia surpreso, muito menos assustado e aquilo só revirou o estomago dela. - Você já sabia sobre o Edmond e essa garota que era eu e que... Enfim, voê sabia e não me disse nada? - Disse, constatando os fatos.

- Eu sabia que você ia descobrir uma hora ou outra. Só não quis influenciar em sua decisão - Disse Aaron, não esclarecendo muito as coisas. Só a deixando mais confusa e frustrada.

- Decisão? Que decisão? Me explica Aaron - Pediu ela, já impaciente. Seu coração dizia que talvez não fosse gostar do resultado de tal confissão.

- Se você leu ai, viu que eles não puderam concretizar sua paixão. Ele morreu antes de esse amor ter fim. Antes do final feliz. Bom, cabe a nós dois decidir se terminaremos o que eles começaram. Você tinha que descobrir sozinha para decidir sozinha, Eloise. Eu decidi. Eu quero ficar contigo, e você, quer terminar o que eles começaram? - Disse Aaron. Ele finalmente abriu o jogo, mas não sabia o que tudo aquilo estava causando em Eloise. Terminar o que eles começaram? Era só isso que ela era para ele: um negócio?

- Eu não tinha lido. Deixei pra ler com você. Pra descobrirmos nossa historia juntos. Olha, Aaron, essa historia de amor é linda, mas eu não sou fã de conto de fadas. Eu faria tudo e iria até o fim do mundo por amor, mas você só quer terminar o que eles começaram. Eu não quero continuar. - Eloise revelou. Ela não queria mais olhar para Aaron e lembrar que a historia deles era apenas uma continuação de algo que começou a anos atras. Ela correu para dentro de casa deixando-o paralizado.

Quando ela chegou em casa, Angelique estava descendo as escadas. As duas se encararam por alguns instantes, até Angelique entender o que havia acontecido.

- Eu sinto muito, querida - Disse Angelique. Eloise correu em direção a ela e a abraçou. Nunca havia confiado tanto em Angelique quanto agora. Ela era sua confidente, agora.

- E o pior de tudo era que eu o amava - Foi a ultima coisa que ela disse naquela noite. Ela queria esquecer que amou alguem um dia. Foi tão dificil Eloise entregar o coração, e agora ele estava manchado de sangue, para sempre...

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gente, desculpem a demora. comentem, por favor. é muito importante ;)

Camilla T e Caroline Souza
Enviado por Camilla T em 14/01/2013
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