O Castelo Medieval

O castelo medieval abriu as portas. A rivalidade e a ganância de outros tempos não mais existem. A princesa e o plebeu estão juntos. A guilhotina continua intacta, representando o temor dos dias revolucionários. Lá está ela, sozinha por entre o jardim desregrado. Somente há flores murchas, secas, acompanhadas de um vento macabro. Não há ninguém neste castelo além dos dois loucos apaixonados.
A realeza traja roupas punks, cabelos estilo sonic, saiotes e muito peso em seu pescoço. Numa verdadeira poluição visual... O seu vassalo anda de cavalo de pau no lago poluído pelos escombros de uma guerra que diriam não ter fim.
O mapa que leva a este castelo queimou-se nas mãos dos profanos. Queimando assim a troca de interesses entre lordes mafiosos, pondo fim às blasfêmias irreverentes de um grupinho manipulador. O cristianismo não alcançou as muralhas dos pagãos. A purificação é real, pois os loucos têm em sua essência a transparência dos inocentes. O tempo parou... A tranqüilidade dos amantes perturba a razão dos homens.
Enquanto isso, o castelo em ruínas sobrevive à mercê dos dois. No entanto não há perigo de ser descoberto.
O plebeu brinca com terras e a princesa penteia os cabelos de sua boneca sem cabelos. O ruge em seu rosto é deixado nas paredes em que brinca.
O plebeu avistou a guilhotina que para ele é uma porta abandonada. A princesa deitou-se por debaixo da lâmina eeee...vapt. O plebeu não entende o seu silêncio e desesperado mergulha no rio de cacos de vidros com a boneca sem cabelos.
Desde então, não se sabe do fim que terá o castelo em ruínas, abandonado de todos sozinho em um lugar qualquer.
Renata Rodrigues
Enviado por Renata Rodrigues em 29/01/2013
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T4112860
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