MARCAS DA SOLIDÃO

O tempo passou e eu não percebi que estava só, que continuava esperando uma pessoa que não retornava, que havia dado o seu adeus. Eu teimava em não acreditar que ela havia me abandonado, que não queria mais me ver, apesar dos anos que passei esperando por Milena, a minha doce paixão que nunca deixou de povoar o meu pensamento.

Ainda me lembro dos seus ardentes beijos, dos seus abraços afetuosos, do seu sorriso meigo que tanto me encantava, das corridas feito duas crianças nas areias da praia durante as tardes, só deixando aquelas brincadeiras com o cair da noite, quando retornávamos. Era um amor puro e verdadeiro, um amor de dois jovens que nem sonhavam ainda em casar, ter filhos, enfim formar uma família. Era só alegria, só amassos, imaginando uma vida inteira pela frente.

Na estante ainda conservo o seu retrato, nele Milena sorri para mim demonstrando uma imensa alegria. Leio e releio suas cartas com juras de amor e a marca do seu batom em forma de boca. Sinceramente eu não acredito que ela deixe de voltar, que me faça ficar aqui esperando todo esse tempo. Meus olhos estão vermelhos de tanto chorar, a saudade está me matando aos poucos, mas eu ainda não perdi a esperança de poder abraçá-la outra vez, de poder sentir o calor do seu corpo e provar a quentura dos seus beijos. Em mim existem marcas que insistem em não se apagar, que permanecessem como se o tempo fosse pouco, como se fosse ontem que Milena tivesse partido e eu aqui estava à sua espera, aguardando o momento de nos encontrarmos.

Volta, Milena! Te peço com muito carinho. Te peço que esqueças aquela fatídica noite quando brigamos por motivos bobos, por coisas que todo casal briga e depois se entendem. Mas tu não me entendesses, me fazendo pensar que o tempo curaria essa ferida, essa marca deixada no meu peito.

O tempo é meu inimigo, ele está me afastando de ti, não está me deixando viver, porém ele só não consegue fazer com que eu te esqueça. Milena, eu te amo, estou aguardando a tua volta.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 02/02/2013
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