V - APOCALIPSE... O PRINCÍPIO OU O FIM?

Gabriel sabia que a batalha estava perdida no momento em que pôs os olhos no temível exército de Lúcifer. Almas penadas, guerreiro esqueléticos, demônios vindos das profundezas do Inferno!

Não que estivesse com medo, mas só de pensar em centenas de rebentos demoníacos sedentos por sangue e vingança, sem nada temer ou a perder, era de se esperar que qualquer pessoa, ou mesmo anjo, sentisse certo temor.

Mas um leve alívio abrandou seu coração ao se lembrar de que ao seu lado, prontos para a última das batalhas, estavam os poderosos arcanjos, seres celestiais bem próximos de Deus, filhos da luz.

Mas muito estava em jogo... Além do destino de toda a humanidade, é claro, encontrava-se em perigo e a mercê de tão temível brigada, sua divindade e seu desejo de poder, enfim, estar ao lado de sua adorada e amada Angélica.

Sim, sua doce e bela paixão mortal, por quem desejava abrir mão de sua imortalidade e viver um grande amor. Estando perdido em seus devaneios românticos, Gaby - como era chamado pelos mais íntimos - ouviu a primeira trovoada e iniciou-se a guerra.

Anjos, arcanjos em seus cavalos celestiais atacavam, sem temor, a todo e qualquer demônio que encontrassem pela frente. E ele não mais podia se entreter com seus pensamentos; precisava agir e rápido, antes que pusesse tudo a perder com suas ilusões amorosas... Que estas ficassem para uma hora apropriada, a qual tinha fé de que iria chegar.

Gabriel entra em confronto corpo a corpo com o Abigor, Grã Duque do Inferno, regente de um exército com mais de 60 legiões de demônios, todos ardorosos por sangria e morte! A batalha é árdua, Abigor é ardil, habilidoso com sua espada de bronze maligna, mas Gaby não fica atrás em destreza ou agilidade e também possui sua lança e escudo, feitos com o mais puro ouro celestial, além de suas legiões de Anjos do Relâmpago Branco.

Enquanto se enfrentam, ele não deixa de se atentar aos seus companheiros de batalha, os Arcanjos Miguel, Uriel, Rafael, Jofiel, Samuel, Ezequiel e suas respectivas legiões de Anjos Relampejantes.

Gabriel sentia dentro de si a luz divina e a força vital de toda a humanidade e lutava com afinco, assim como seus companheiros. E a cada golpe deferido, por mais repugnante que fosse tirar uma “vida”, ainda que essa fosse uma semivida, Gabriel sabia que era matar ou morrer. E a vontade de vencer crescente ia desfazendo pouco a pouco seus temores.

Mas Abigor não recuava, não dava mostras de desistir tão fácil. Ele e todos seus demônios também extraíam forças das almas sombrias do submundo e lutavam bravamente, buscando agradar aquele que para eles era o herói, Satã, mas que para Gabriel não passava de um grandessíssimo traidor, Lúcifer – primeiro Filho da Luz - o anjo caído que se voltou contra o Deus Criador.

E a batalha continua... Para quem olha da terra, vê apenas escuridão, raios, trovoadas, ventos fulminantes, uma tempestade sem fim, mas a verdade oculta é a guerra que decidirá o princípio ou o fim de uma nova era.

Horas a fio decorrem e parece nunca ter fim, mas neste momento Abigor se distrai com um de seus súditos e Gabriel aproveita para atacá-lo certeiramente em seu coração, ou no lugar onde deveria bater um. O Demônio, trêmulo, urra, mas sabe que nada há mais a fazer... Seu destino foi selado novamente e para as profundezas do submundo ele retornará.

Sem a presença de Abigor, sua legião estará perdida, uma vez que rompido o elo com seus demônios, desorientados, estes se perderam ou serão massacrados.

Enquanto se desintegra, Abigor ainda tenta influenciá-los a continuar a lutar, mas sua influência é fraca e por fim, nada mais há que a poeira do Grande Duque.

E o que ele mais temia acontece: todos os anjos relampejantes que ainda se mantiveram vivos, com a vitória de Gabriel, parecem ter forças redobradas e atacam sem dó à desorientada legião de demônios, massacrando-os. Assim, Arcanjos e suas legiões, mesmo feridos, ficam reluzentes e felizes comemorando a vitória perante o mal.

Mas Gabriel sabe que ainda há uma batalha maior a ser travada e esta é perante seu Senhor e Criador... Ao retornarem aos céus, se apresenta perante Deus e, tristonho, mas esperançoso, solicita que o Pai o libere de sua função de arcanjo, junto a Ele, para que, possa estar junto a seu grande amor. Angélica...

Esse é seu nome, uma jovem caridosa, meiga, de olhar angelical e puro, e que conquistou a atenção de Gaby devido a sua alma caridosa e gentil, pois nunca mede esforços para ajudar a quem necessite.

Mediante a seu pedido, não inesperado, mas delicado, o Criador, olha bem fundo nos olhos de seu Arcanjo e aos perscrutar-lhe a alma, percebe que nada pode ser mais divino e belo que o sentimento existente em seu corpo etéreo, alma e coração celestiais.

E, mesmo infeliz pela perda de um de seus tão queridos filhos, nem mesmo Ele resiste ao poder supremo do AMOR!... E Gabriel e Angélica recebem as bênçãos divinas para viverem para sempre juntos... Ou até que a morte os separe.

15/04/2013

Revisado por Fernanda E. Morais em 15/04/2013 - às 18 horas

Revisado por Gislaine A. B. T. Lima em 15/04/2013 - às 20 horas

Gislaine Lima
Enviado por Gislaine Lima em 15/04/2013
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T4242292
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