Último voo
Alisando suas asas, a ave ensaia o teu primeiro voo.Estufa o peito, aspira o ar de seu tempo... Alça-se, rumo ao vento, que lá do alto, a chama.
Dando voo rasante, beijando as nuvens, ela solta teu canto: Nasci para largar-me nos braços das manhãs, banhar-me no pranto das nuvens, brincar de viver com minha irmã liberdade! Lá em baixo,
alguém a olha... Ela não percebe. Ele se encanta com aquela linda ave,
com teu cantar. O vento arrepia sua plumagem, será azul ou verde? Como é bela!
Preciso saber! Tenho que toca-la! O predador sentencia. Enquanto isso,
lá em cima, a plenitude... O espetáculo da vida!
A ave pousa, enfim. Recomeça teus cuidados em tuas penas.
Então, ouve um assovio; Para... observa... Mas volta á teus cuidados. Outra vez o assovio, desta vez, curiosa, desce uma galha, nada vê. Desce mais, procura, e adiante avista algo: Nunca vira aquele ser. Não tinha asas! Estava plantado no chão! A Ave se aproxima. Como consegue? Vou ensina-lo a voar!
Ele toca as suas penas, não são azuis e nem verdes, são brancas como a a neve... Vou prende-la! Não foi preciso, ela quis ficar.
Ele, nunca quis voar!
Ela, viveu olhando pro céu,
Morreu tentando andar!