O Fantasma da Praia

Luciano e Johnatan eram dois amigos muito próximos. Logo após o trabalho, para ao menos manter a forma (já que não gostavam de academia) corriam pelo menos uns 2 km pela praia.

Como moravam no litoral sul de São Paulo, dispunham de um largo espaço para realizarem seus exercícios físicos. Iam durante a noite porque o fluxo de pessoas era menor. Geralmente iam aqueles que queriam relaxar depois do expediente.

Um problema que é constante em cidades do litoral é a péssima iluminação. Os poucos moradores do lado praia (a maioria das casas não são residenciais, mas sim para temporada) enviaram abaixo assinado para a prefeitura local. Porém infelizmente, as reivindicações não foram atendidas.

O horário era 20h quando chegaram à praia. Como moravam a certa distância da mesma, já realizavam uma caminhadinha de aproximadamente uns 8 minutos até chegarem ao local.

Logo após os aquecimentos, deram partida para mais uma corrida.

-Finalmente você vai queimar essa gordura – disse Leonardo.

-Pois é, estou me sentindo muito melhor, mais resistência.

De fato, Roberto sentia progresso em seu Cooper Dário. Viu que ganhara mais resistência física e reclamava menos dos exercícios.

O ponto final era um local onde ficavam vários quiosques. Também era o point do município durante os fins de semana, onde os mais jovens se reuniam para beberem, ouvir música ou até mesmo usarem entorpecentes.

Vez ou outra ultrapassavam o local de chegada e iam um pouco mais além. De lá retornavam ao ponto de partida. A praia ficara vazia (exceto nos dias de temporada). Tudo corria normalmente, mas um dia algo curioso acontecera.

Quando corriam próximo a um barco de pescadores se depararam com uma cena insólita. Um vulto ficara próximo ao mar como se observasse alguma coisa pelo horizonte. Aquilo passou batido pelos dois que prosseguiram o seu caminho.

Dois dias se passaram.

A rotina se manteve e quando passaram pelo mesmo local lá estava à silhueta novamente (estavam a certa distância do tal ’ser’, portanto não enxergavam direito), mas dessa vez sentiam que estavam sendo observados pelo vulto.

-Esse esquisito tá olhando pra nós – disse Roberto um tanto quanto desconfiado.

-Deixa ele, deve ser algum perturbado ou desiludido na vida – retrucou Leonardo. E seguiram o seu caminho.

Roberto estava se preparando para dormir e quando foi deitar em sua cama, ficou pensando na estranha visão que tivera naquela noite...

“Quem será aquela pessoa ou ser que estava nos observando hoje”? Perguntava-se Roberto.

No dia seguinte o homem não estava lá, mas isso não impediu de não se sentirem observados.

Um vento muito forte veio naquele instante fazendo com que as areias se movimentassem rapidamente.

Leonardo percebeu que o barco de pesca não estava ali e sim em auto mar.

-Olhe ali Roberto! Ele está em auto mar.

Um brilho chamou atenção dos dois, ao mesmo tempo uma névoa cobriu a beira do mar numa paisagem perturbadora.

Até que de repente mais uma rajada de vento veio espalhando areia em ambos os amigos.

Depois de alguns instantes, tudo estava normal e nem sinal do barco pesqueiro.

Pensaram em delírio coletivo, mas a sensação de espanto e terror era por demais real.

Até que avistaram um punhal que brilhava na areia a beira-mar.

Roberto pegou o punhal que parecia ser antigo. Junto ao punhal, um papel com algumas palavras escritas em letras maiúsculas. Estava escrito o seguinte:

‘’JOSÉ LUCAS ASSASSINATO 1990’’

Roberto Panoff
Enviado por Roberto Panoff em 29/03/2015
Reeditado em 29/03/2015
Código do texto: T5187989
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