O ECO

Eu!?

Estava deitada em minha cama, num sonho o qual era o mais próximo do que se pode chamar realidade.Meu corpo suava gotas frias, que o desespero proporcionava naquele entardecer cinzento.

O clima mórbido no quarto reinava por todas as quatro paredes, e a angústia na alma que assistia gélida em seu canto, fazia daquele pesadelo, a história terrível sobre como eu me via e sentia, quem eu era.

Ao abrir meus olhos, crendo fugir daquele impetuoso mar de sensações horrendas, vi que chovia. Mas a chuva que caia lá fora, trouxe arrepios.

A água que devia descer do céu, corria de encontro a ele, e a imagem das gotículas quase que escalando o vidro da janela, me fizera fechar as cortinas.

Vi também, que não estava sozinha e para alegria do desesperado, mas tocar em minha irmã e fitar seus olhos escuros, ver refletida a minha imagem agonizando por dentro e por fora, me faria estar perdida na eternidade e em prol dela.

Desvanecia.

Sei que é ironia, mas a eternidade me assusta, porque não podemos controlar quem somos ou podemos ser, nem o tempo é eterno, aquele que pode curar nossas dores.

Então percebi, que o som das batidas ininterruptas e o desapego que concreto insistia em tirar de mim, era o eco.

O eco.

O vazio.

A solidão.

A solução?

Eu apenas desejava ser normal, me sentir normal. Encaixar-me no espaço vago que o mundo oferecia.