ARMADURA
Enquanto estivesse lá, dentro de sua cabeça, era bonita.
Ninguém podia saber, ver ou tocar.
Era uma armadura, reluzindo no oco de sua mente escura,
reflentindo a única luz que restava nos olhos dele.
E foi assim até que rasgasse sua pele e vazasse dos seus olhos,
como estilhaços de algo que um dia foi inteiro e que poderia,
quem sabe, ser a única chance dele entrar numa batalha de verdade.
Era sua armadura. Sua querida e única armadura. E quebraram-na...
Seus estilhaços estavam lá, por todo chão pálido; a prova de que as sombras enganam e destroem. Era a esperança dele ali, aos pés dos olhos de reprovação, fragmentada.
Antes de parecer mais indefeso, jogou-se aos estilhaços, e sentiu, mais uma vez, a armadura fazendo parte dele. Sua pele e ela eram uma só, podendo ele se sentir forte o bastante pra sempre... Mesmo que isso ferisse, tornando-o um ser cromado pela dor, mas, de agora em diante, valioso.